Espécie da caatinga descoberta por equipe do Núcleo de Ecologia da Univasf ainda não era conhecida para ciência

por Carlos Britto // 20 de fevereiro de 2020 às 20:33

Foto: Elton Leme/divulgação

Ambiente muito rico em biodiversidade, a caatinga brasileira vem se transformando num celeiro de novas espécies. A mais recente é a Orthophytum alagoanum, em referência a Alagoas, que foi encontrada no município de Mata Grande, na Serra da Boa Vista e Serra da Onça. É uma erva endêmica (única) do Estado e uma típica espécie da caatinga, crescendo em afloramentos rochosos sob intensa luz solar e condições climáticas extremas. Pertence à família das bromélias (Bromeliaceae) e possui folhas avermelhadas com superfície esbranquiçada e flores verdes.

Essa gama de descobertas está sendo possível graças ao aumento do número de pesquisadores no bioma, realizando trabalhos como os do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) em Petrolina. No total, seis novas espécies foram descritas com base em materiais coletados nas áreas de influência do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF).

A nova espécie foi encontrada em janeiro de 2015, durante atividades do Inventário Florístico do ‘Subprograma de Monitoramento das Modificações da Cobertura, Composição e Diversidade Vegetal’, executado pelo Nema em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). Publicada em janeiro deste ano por André Paviotti Fontana, botânico do Nema, e Elton Martinez Carvalho Leme, pesquisador colaborativo do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, na revista científica internacional Phytotaxa.

Com as coletas realizadas nas áreas de influência do PISF, em cerca de 10 anos de amostragem, também foi possível realizar a descrição da espécie Pleurophora pulchra. Os materiais coletados nas áreas do projeto ainda contribuíram para a descrição das novas espécies: Amorimia pellegrinii (2016), Hymenaea cangaceira (2017), Solanum caatingae (2018) e Erythroxyllum pyan (2019).

Estudos

De acordo com o coordenador do Nema, professor Renato Garcia Rodrigues, a descrição de mais uma espécie, até então desconhecida, reforça a importância de estudos sobre a Caatinga. “A oportunidade de estudar a caatinga e demonstrar sua riqueza é um desafio que nos honra muito. A descoberta de novas espécies, como essa, é mais uma confirmação da importância de realizar ações de alta qualidade durante o processo de licenciamento ambiental”, avalia.

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