E aí, velhinho?

por Carlos Britto // 26 de junho de 2014 às 06:20

Eu e EudesAinda não tinha encontrado forças para falar do desaparecimento do meu amigo, jornalista Eudes Celestino. Acho que a ficha ainda não caiu.

Me tratou sempre com doçura, trocávamos confidências, discutíamos assuntos de nossas empresas e nos ligávamos sempre para consulta mútua.

Gostava de me encontrar com ele na turma de sábado à tarde, no Bar de Washington. Geralmente sentávamos juntos para comentar algumas notícias ou trocar informações. Fui colunista político do Jornal Gazzeta e ele sempre respeitou todas as minhas notas, mesmo que a opinião dele fosse contrária. Me ligava para me avisar de algum erro ortográfico ou notícia equivocada que eu publicava aqui. Era sem frescura.

Também era apaixonado por sua família e eu achava mágico quando o encontrava almoçando ou jantando com seu filho Zé Vitor, quando Rose viajava para Salvador para ficar com Marina. Aliás, depois de construir sua casa nova, mudou de volta para o antigo condomínio, morando de aluguel, só para que o filho tivesse a companhia dos amigos. Não era só pai, era amigo de verdade.

A imprensa do São Francisco ficou mais pobre e eu não vou mais ouvir sua voz me cumprimentando seguido da gargalhada: “E aí, velhinho?”

E aí, velhinho?

  1. Machado Freire disse:

    Francamente… A vida da gente é muito frágil. Somos fortes em atitudes… Somos fortes em ações.. Mas não somos nada.

    A qualquer momento nós voltamos à estaca zero. Somos chamados pelo Pai eterno.

    Embora crentes desta dura realidade nunca nos conformamos, pois sempre achamos que as atitudes e ações que tomamos nos ajudam a ter uma vida longa, até para podermos contribuindo por mais tempo com nossos gestos de cidadania.

    O companheiro Eudes morreu muito precocemente. Para mim foi (e continuará sendo) um fato chocante.

    Lá se foi um cara determinado, entusiasmado e que a vida lhe proporcionou sonhar e dar passos largos. Era impressionante a sua tenacidade, a forma arrojada de pensar, de agir, de resolver as coisas.

    Tinha o sorriso largo, próprio das pessoas que vivem de bem com o mundo e sorriem para a vida.

    Mas nós fomos surpreendidos…

    Que os seus sucessores recebam e encarrem essa realidade como uma lição de vida, com as forças e a proteção de Deus.

  2. Nara Durando disse:

    É lamentável! Conheci ele é Rose quando implantaram aqui a escola de informática para criança Kids. Durante todo esse tempo sempre a mesma pessoa, simpático, cordial e educado. É muito triste, mas Deus sabe todas as coisas! Me solidarizo com rose e sua família.

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