Diante das inúmeras reclamações e denúncias dos funcionários do Hospital Regional de Juazeiro, no norte da Bahia, a comissão de Saúde da Câmara de Vereadores, juntamente com o presidente da Casa, Alex Tanuri, foram ver de perto a situação da unidade nesta quarta-feira (3). 

Entre as reclamações recebidas pelos edis, estão: “atraso de três meses de salários dos funcionários; a informação da existência dez leitos de UTI, quando só existem cinco, a falta de medicamentos e insumos do dia a dia e até a falta de treinamento para o uso correto dos EPIs, também insuficientes, por parte dos funcionários”.

A comissão foi recebida pela Diretora Geral do Hospital Regional, Hucilene Simões e pelo Diretor Jurídico, Manoel Silva Júnior. Sobre as reclamações recebidas pelos edis, quanto ao salário, a direção afirmou que são dois meses em atraso, mas que será resolvido. “O que deveria ter sido recebido dia 5 de abril e 5 de maio será pago ainda esta semana, pois recebemos a nota e o empenho do Governo do Estado”.

Acompanhados da Diretora, os vereadores foram à farmácia e almoxarifado do hospital e constataram a existência dos insumos, mas insuficientes, para uma margem mínima de segurança. “Por exemplo, se há um consumo de dez caixas de soro diariamente, há de ter um estoque mínimo que garanta o consumo de uma semana pelo menos. Depender da entrega, comprar sem uma programação, é arriscar-se diante do imprevisível e colocar vidas em risco”, explicou o vereador Alan Jones. 

Para Alex Tanuri, “Pode até não ser responsabilidade da empresa que administra o Hospital, pois os repasses do Estado parece que não obedecem a datas. Mas, não se justifica atraso de dois meses de salários para profissionais da saúde, essenciais e que merecem todo o respeito possível”, pontuou.

Durante a reunião com a direção, foi apresentado um relatório da Vigilância Sanitária, da última segunda-feira, que confirma as denúncias. A conclusão da inspeção, entre outras coisas, diz que, “O Hospital Regional de Juazeiro deverá ser monitorado quanto a disponibilidade de EPIs para os funcionários e medicamentos para os pacientes”.

Os vereadores foram informados ainda, que pacientes regulados com suspeita ou confirmação do novo coronavírus, podem ser encaminhados para as cidades de Paulo Afonso, Salvador ou Remanso. O fato causou estranheza e preocupação entre os edis. “Vai contra toda a lógica trazer o paciente para o Regional de Juazeiro e encaminhá-lo para outra cidade. É custo e risco. Não há sentido nisso”, concordam Alan Jones e Alex Tanuri.

Segundo o Hospital Regional de Juazeiro, a medida é para não sobrecarregar a unidade, que dispõe de dez. “Então que o governo providencie leitos em número suficiente para atender Juazeiro”, finalizou a Comissão.