Artigo: Jornalista denuncia “negligência” de hospital particular de Juazeiro que resultou na morte de sua filha

por Carlos Britto // 16 de julho de 2013 às 14:29

Inconformado com a morte de sua pequena filha de seis anos, o jornalista Ricardo Brandão denunciou ao Blog, neste artigo, o que considera de “negligência” por parte de um grande hospital da rede particular de Juazeiro.

Confiram:

júliaJúlia cantava o hino

Durante a Copa das Confederações, uma atmosfera densa rondou, e ainda ronda, o País. Vitória insofismável: 3 a 0 na Espanha. A seleção nos (re)uniu em nova ação patriótica. Nas ruas, manifestantes exigem ética nas relações pessoais, políticas e institucionais; respeito às leis, saúde, educação e transporte de qualidade. No olhar do povo, um brilho contrastante. Ambivalência entre o orgulho de ser brasileiro e voltar ao topo; e a ânsia por melhorias reais. Na TV, comemorações de vitória em um flash, manifestações e protestos em outro. Em conversa com a jornalista cearense Isabelle Bento, ela me apontou semelhanças entre o momento atual e o que antecedeu a Copa de 70.

Hoje, os gritos de “ôôô, Brasil!” não devem contrastar com os gritos e cartazes expostos nas ruas: “Quero Ser Campeão em Educação”, ou “Quero Hospitais Padrão Fifa”. O brasileiro não quer mais, apenas, circo – já que os programas sociais garantiram o pão para a maioria – e é nesse contexto de difusões de sentimentos e orgulhos, de nacionalidade exacerbada, que surge um novo clamor libertário, reagindo contra intolerâncias como as propostas de cura gay e projetos como a PEC 37. A atmosfera de 1970 ressurgiu. O “Todos juntos vamos… pra frente Brasil!” vai rumo agora às questões éticas.

Contextualizando com o título escolhido, narro o ocorrido com a filha deste que vos escreve. Minha filha Júlia iria cantar o hino e torcer pelo Brasil na final. Assim fazia nas ocasiões patrióticas, empolgada ainda aos 6 anos. Ela também representava a esperança de vivermos num país melhor. Dignidade e respeito à vida de pessoas, como ela, pressupõem o corolário das manifestações atuais.

Mas a voz doce e inocente de Júlia foi calada (in)justamente pela falta do que hoje é almejado pela sociedade: ética, respeito à vida e dignidade. Júlia sofreu um atendimento precário em hospital particular de Juazeiro/BA, fronteira com Petrolina/PE. Usando a “prerrogativa” de pagar um plano de saúde particular, em dezembro passado levei minha filha com febre, cefaleia e vômito ao hospital Unimed Vale do São Francisco. Ela chegou andando e consciente. A demora na providência do exame correto e a negligência de alguns médicos e enfermeiras resultaram no pior. Júlia não resistiu.

O caso é investigado pelo Ministério Público da Bahia. O Cremepe foi oficialmente comunicado. Os médicos “responsáveis” são registrados nos dois Estados e o Conselho de Medicina da Bahia também foi acionado, além da Polícia Civil. Em um dos pôsteres e fotografias de Júlia que guardo, ela faz um alerta: “Devemos cuidar do mundo, da natureza, de tudo”, escreveu inocente.

Seguimos juntando os pedaços, aguardando apurações, sindicâncias e investigações, cujos resultados esperamos que reflitam os anseios desse novo Brasil, a torcer por mudanças que deixariam Júlia mais satisfeita. E, se conosco estivesse, Júlia cantaria orgulhosa. Afinal, minha filha também sabia cantar o hino do Brasil, país onde muito já se fez pela ética, não só na medicina, como em outras instâncias da sociedade. Porém, ainda há muito a se fazer.

Ricardo Brandão/Jornalista-DRT 4203/PE

Artigo: Jornalista denuncia “negligência” de hospital particular de Juazeiro que resultou na morte de sua filha

  1. Isadora disse:

    Vi esse triste artigo publicado no Jornal do Comércio. O Hospital Unimed de Juazeiro tem a obrigação de esclarecer a morte dessa linda criança.

    1. Muriçoca disse:

      Pois é, não vou comentar antes do pronunciamento da Unimed.

      1. Claudius Lima disse:

        Defender o indefensável. Seu pseudonimo diz quem é vc. O que é o hospital vai dizer?

  2. pedro disse:

    a ler a materia chorei, pensei como não esta passando esse pai essa mãe dessa garotinha . amigo esses medicos ( muitos deles pensam que são Deus) não tem coração pensam somente em dinheiro capitaneado por suas esposas verdadeiras materealista, muitas delas sairam de familias humildes, mais que foram tracadas e envolvidas pelo mundo consumista. nosso pais nossa patria, perqunto que patria as daschuteiras , das festas , dos politicos, corruptos . porra de festa porra de jogo eu quero é um pais da saúde da educação da digninidade. pai muita paz muito confortol Deus abençoe, paro pois voltei a chorar

    1. Dreda disse:

      Amigo, você sabe pelo menos o que aconteceu? A Unimed já se defendeu? Saiba pelo menos o que aconteceu (eu também não sei, o texto não esclarece), antes de sair por aí xingando médicos e até mesmo suas esposas. Tenha um pouco mais de educação e respeito!

      1. pedro disse:

        conheço não só um ,mais muitos meus comentarios repetiria pois tenho conhecimento sobre muitos medicos e suas vidas. alem do mais muitos foram formados pela federal bancados pelo dinheiro do povo, e em troca o que vemos um total descompromisso com o seu juramento de medico

      2. Edu disse:

        Dreda, vc q deveria ter um pouco de equilibrio e entender que até que ele esteja errado é compreensivél, a perda de um filho deve doer demais, não há como culpar o SUS nessa historia, provavelmente alguma responsabilidade a UNIMED tem.

  3. Genilson Santos disse:

    Assim como Ricardo Brandão também tenho uma filha na idade de Júlia. E posso imaginar a sua dor, ainda mais pela forma que aconteceu.
    Mesmo com plano de saúde é lamentável como se dá o tratamento nos hospitais particulares, e imaginem quando se trata de hospital público? Quantas Júlias, vitórias, Marias…etc perdem suas vidas por causa de erros médicos, falta de medicamentos, negligências e quantas mais perderão suas vidas para que tal situação mude? Esse caso não pode ficar no esquecimento é preciso acompanhamento por todos nós, afinal, somos pais e não estamos livres de que tal fato aconteça conosco.
    Me solidarizo pela perda irreparável de Júlia e rogo a Deus para que dê força aos seus entes queridos.

  4. Luiz Domingos de Carvalho disse:

    Que Deus te ajude nesses caminhos difíceis da vida feitos pelos homens. O nosso País passa por momentos complicados, as instituições, sejam públicas ou privadas, não funcionam como deveriam funcionar, nós não acreditamos nos atuais políticos.

    O que fazer? Acreditar em quem?

    O nosso País não foi colonizado, foi explorado. A exploração ainda continua em diversos órgãos da sociedade.
    Mais uma vez eu te digo: que Deus te ajude.

    Luiz Domingos de Carvalho
    Vice-Presidente da Associação de Moradores do Bairro de Areia Branca – Petrolina-PE

  5. Edeneusa disse:

    pai te pesso lute e descubra se foi por negligencia. se foi procure os direitos seus para que uortas pessoas N perca pessoas queridas como vc perdeu tua filha . so DEUS vai te dar a PAZ.

  6. ANDRÉ disse:

    O mais triste de tudo é que muitos que entram na medicina é pensando em dinheiro, nada mais.

    1. Dreda disse:

      O mais triste de tudo é que alguns aproveitam o momento de perda das pessoas para xingar a classe médica, sem nem ao menos saber o que aconteceu. Tenha um pouco mais de respeito por favor.

      1. Claudius Lima disse:

        Seguramente vc não tem filha, não tem mãe, por isso puxa o saco de médicos(as) desumanos(as) que lamentavelmente tiraram a a vida de uma criança inocente. Conheço a familia de Ricardo e tenho conhecimento do tratamento desumano sobretudo de uma médica que a toda instante tentava ludibriar a família. Foi necessário o diagnóstico de um médico da capital pernambucana que por telefone orientou os nossos “experts” PARA DECTAR UMA SIMPLES MENIGITE VIRAL. o DESCASO FOI TOTAL. eSSE PUXA SACO UM DIA PODE A VIR PRECISAR DE UM ATENDIMENTO médico e que ele seja atendido por uma dessas mulas desumanas que se dizem médicas.

      2. Maria disse:

        O que mais temos aqui são mercadores da saúde cometendo erros absurdos!

  7. Snoop disse:

    Faltou mais detalhes.

  8. Edu disse:

    Ricardo, orarei por vc e sua familia, que o senhor Jesus possa confortar seu coração, força irmão.

  9. Ceiça disse:

    Ricardo e Jô…
    Que Deus Possa conforta-los, pois sei que a justiça divina não falha, porem vamos fazer a nossa parte para que a justiça aqui na terra se cumpra, para que descaso como esse não aconteça jamais.
    Minha filha perdeu uma linda amiguinha e hoje ela diz julinha ta com painho no céu,
    Amem!

  10. wilson disse:

    Minha solidariedade a Ricardo Brandão e sua família, neste momento de muita dor. A única certeza que fica é que um anjo sempre os confortará.

  11. FRANCISCO JUNIOR disse:

    Infelizmente uma triste notícia. Eu também tive um atendimento imprudenteno hospital Unimed em Juazeiro. Minha mãe sentiu-se mal por ter diagnostico de pedras na vesícula e levei-a ao Hospital Unimed o atendimento na recepção foi horrível pediram me pediam o dinheiro da consulta a vista e a atendente insistia nisso. Tive que pedir a ela que colocasse minha mãe lá dentro que se eu tinha procurado um hospital particular, estava ciente que tinha que ter dinheiro na carteira, e ela reforçava, mas a consulta só a vista não passa cartão! quer dizer: se eu ainda fosse sacar o dinheiro minha mãe teria que ficar ali, esperando sem atendimento, eu suponho.
    Conseguir ser atendido, o atendimento médico foi bom, médico atencioso, mas a técnica de enfermagem que administrou a medicação em minha mãe foi uma “burra chucra” eu estava o tempo todo do lado de minha mãe e vi quando ela injetou a seringa na veia, automaticamente minha mãe começou a ficar toda vermelha, com fortes palpitações e vi minha mãe quase infartar na minha frente. Sabe o que a técnica fez? Disse: calma senhora, calma. A senhora tem alguma alergia?
    Quanta irresponsabilidade! se tivesse alergia agora não seria tarde demais?
    Olha como estão os profissionais de saúde no Vale do São Francisco!!!!!!!!
    Quase tive a mesma historia.
    Que você amigo, mesmo diante da dor imensa, tenha forças pra protestar.

    Abraço.

  12. marliane disse:

    É MESMO TRISTE PERDER UM FILHO, E QUANDO HÁ INDÍCIOS DE NEGLIGENCIA FICAMOS ABISMADO COM O PODER DE COBERTURA DE QUEM ERRA NESSA HORA;
    HÁ SEMPRE EXPLICAÇÕES E DEFESA PARA OS IRRESPONSÁVEIS MAIS, CONFIAREMOS SEMPRE NA JUSTIÇA DE DEUS POIS ESSA NÃO FALHA JAMAIS.
    ESPERO QUE SEJA FEITO JUSTIÇA NESSE CASO QUE NÃO É O PRIMEIRO NO MUNDO,INFELIZMENTE PESSOAS ESTÃO MORRENDO TODOS OS DIAS POR FALTA DE PRINCÍPIOS ÉTICOS E FALTA DE AMOR AO PRÓXIMO .
    SINTO MUITO ,E QUE DEUS CONFORTE A TODOS.

  13. Cláudia disse:

    Nem imagino a sua dor, mas estou compartilhando a sua história no meu facebook. Concordo com os comentários de que, infelizmente, muitos médicos aqui não estão preparados para o pior, principalmente nas emergências. Também tenho um filho pequeno e médicos na família, mas todos já sabem, caso aconteça algo com meu filho e eu não esteja consciente, façam o que puder, vendam meu carro, minha casa, o que preciso for, mas levem meu filho para capital. Eu sei que nas capitais também morrem pessoas, assim como também sei que os melhores médicos encontram-se nos grandes centros. Ricardo, sua história, infelizmente, não foi a primeira e talvez não seja a última, ou quem sabe será a última, pois você soltou o grito da garganta e está clamando pela verdade e pela justiça, talvez, este seu ato de coragem impeça outras crianças inocentes de morrerem por incapacidade ou imperícia médica e impeça outros pais de sofrerem esta dor enorme e insana. Que Deus conforte você e sua família.

  14. Anonimo disse:

    Que Deus conforte você e sua família. Nada do que dissermos vai sarar vossa dor, mas, creia em Deus que somente Ele vai ampará-los. E nós,no silêncio,rogamos por vocês…

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