Artigo do leitor: “O Caso da cloroquina – uma pandemia de desinformação”

por Carlos Britto // 16 de maio de 2020 às 15:19

Neste artigo enviado ao Blog, o médico Aristóteles Cardona avalia que tão grave quanto a pandemia do Coronavírus é outra questão que não é de hoje: a desinformação provocada pelas infames fake News.

Confiram:

A Pandemia do Coronavírus trouxe consigo também outro grave problema de nossos tempos: a pandemia de mentiras e as chamadas Fake News. Não bastasse todo o problema causado direta ou indiretamente pelos impactos da Covid-19 no Brasil e no Mundo, não é difícil encontrar a internet e as redes sociais com informações falsas sobre o problema. E já há estudos que evidenciam isso. Um deles, por exemplo, com o título “O YouTube como fonte de informação sobre o Covid-19: uma pandemia de desinformação?” aponta que mais de 25% dos vídeos nesta rede social continham informações mentirosas e boa parte destes estavam entre os mais visualizados no momento estudado.

Nestes meses já ouvi de tudo: desde a história que o vírus seria uma criação de determinado país para atingir outro, até a suposta informação que o vírus, na realidade, não passaria de uma gripezinha. Mas tem um tipo de mentira que me incomoda um pouco mais. São as que se referem a supostos tratamentos para a Covid-19. Na realidade, para ser mais exato, é preciso tornar evidente que é normal em momentos agudos de crise, como o que vivemos, que a ciência e a medicina apostem nas mais diversas drogas e medicamentos com o objetivo de tentar descobrir uma possível cura para qualquer doença. Daí se experimentam substâncias muitas vezes usadas em outros tipos de problemas. Isso faz parte dos desafios científicos em momentos de pandemia. 

O que não deve ser normal é o que vem acontecendo com relação à Cloroquina, medicamento originalmente prescrito para outras doenças, como a Malária e a Artrite Reumatóide. Setores importantes da sociedade têm reproduzido a informação de que esta droga e seu derivado, a Hidroxicloroquina, seriam tratamentos eficazes para a doença provocada pelo atual Coronavírus. O problema é que isto não faz o menor sentido. Na realidade, alguns estudos sérios já têm mostrado que ela pode, na realidade, provocar mais danos que realmente ajudar as pessoas adoecidas pela Covid-19.

Enxergo nestes defensores da Cloroquina dois perfis: há um grupo que é mal-intencionado; que provavelmente ignora qualquer conhecimento científico, mas repete que este medicamento é eficaz no tratamento como forma de fazer política e minimizar o tamanho da crise. É o que vemos em alguns setores do governo federal. De um outro lado, enxergo muita gente que, na ânsia por informações positivas em um momento de crise, como o atual, se agarram a qualquer informação. É da natureza da mente humana construirmos mecanismos de fuga na busca de soluções para problemas que parecem insolúveis em determinado momento.

No fim das contas, estamos todos na torcida para que o mais cedo possível tenhamos boas notícias sobre qualquer que seja a droga, inclusive vacinas, para o tratamento desta doença. E pode ser que isso aconteça mais cedo do que se imagina. Afinal, o mundo inteiro enfrenta este problema e são muitos os países que encampam pesquisas neste sentido. Enquanto isso, é preciso continuarmos seguindo as orientações que possuem real comprovação científica, como as medidas de isolamento e distanciamento social. Incluídas as medidas mais drásticas, como o lockdown, quando necessário em cada realidade. A ciência e a informação de qualidade são importantes e defendê-las é um papel de cada um e cada uma de nós.

Aristóteles Cardona/Médico

Artigo do leitor: “O Caso da cloroquina – uma pandemia de desinformação”

  1. Cristina Rocha disse:

    Boa tarde.

    Se fosse tão grave essa medicação, uma médica que mora na espanha, filha do interior do Piauí não iria mostrar como essa medicação está salvando vidas, na sua cidade. A própria ministra Damares foi até lá ver com os próprios olhos o que tem sido feito para salvar vidas. Não sou desinformada. Tenho na família enfermeiro e que é muito bem reconhecido entre os médicos. Não diga que esse remédio não serve.

    1. Reginaldo Blues disse:

      Se você acredita numa ministra que já viu Jesus em cima de uma goiabeira, penso que vc não pode ser considerada bem informada.

      1. Luciana disse:

        Poxa! Amada, seria melhor vc ter justificado o teu ponto de vista com fatos reais de sua vivência…mas é interessante que saiba, a discussão do uso da medicação gira em torno em sua maior parte aos efeitos colaterais que a mesma está causando no paciente com a covid- 19.

    2. Justo Eu disse:

      Uma pessoa que se considera bem informada ACREDITAR NUMA MINISTRA QUE VIU JESUS NUMA GOIABEIRA, só pode ser BRINCADEIRA, NÉ???

  2. Costa disse:

    Concordo plenamente com o artigo, coerente e realista.
    O resto lá fora é politicagem de gente inferior.

  3. JORGE disse:

    fui olhar sua ficha e de cara vir que diferente e estranho seria esperar outra coisa de um comunista e esquerdista, sai pra lá maluco

    1. Professora Estelita Barros disse:

      Fui olhar sua ficha e vi que você NÃO EXISTE, pois TEM MEDO de se IDENTIFICAR, não é, facistinha? Onde está sua coragem?

      1. Jorge PATRIK disse:

        diga a onde lhe encontro q me identifico e se ser facista é não gostar e nem defender vagabundo eu sou facista e com orgulho e no mais quem defende ladrão e comunismo é tão sem caráter quanto eles

  4. Patrícia disse:

    Parabéns! Excelente análise da situação.

  5. Sylvia Cristina Bouças disse:

    Não entendi mito bem esse artigo. Quer dizer que as pessoas que estão sendo contaminadas, não tomam nenhum remédio? E as notícias de tratamento de um conhecido médico fazendo uso da cloroquina, são falsas? Não defendo nenhum remédio especifico, o que me interessa é saber qual será meu tratamento, ou de um familiar meu, se contaminada. Defendo o bom senso sobre qualquer assunto, principalmente num momento tão delicado.

    1. Donato disse:

      Agora fiquei preocupado com você. Se não entendeu este artigo, não vai entender mais nada nessa vida.

  6. Cícero disse:

    Temos um Presidente Fake News, que não acredita na ciência, claramente desequilibrado, estamos num avião sem comandante, e pior, ainda temos seres que ainda o defendem este ser, será que este País sobrevive até 2022, com este Sr no comando?

  7. Pedrão disse:

    Esse deve ser um PETISTA DOENTE. Muitos outros médicos tem defendido o uso da Hidroxiclorina, mostrando que dá resultado e aí aparece esse sábio de esquerda que quer ver o governo se dá mal. O medicamento tá sendo usado na Espanha e baixou o porcentual de letalidade, comprovado também no Piauí. Deve ser dono de funerária.

    1. Donato disse:

      Sério que esta é a primeira vez que você viu um médico não defender a cloroquina? Bolsominion, Você precisa se informar melhor.

  8. Heverson Alex disse:

    Caro professor Ari… Seu comentário seria mais completo se o senhor citasse pelo menos algum dos grandes estudos publicados que colocam em cheque o uso da Hidroxicloroquina. Votarei 03 importantes estudos publicados em grandes jornais científicos:
    1- Association of Treatment With Hydroxychloroquine or Azithromycin With In-Hospital Mortality in Patients With COVID-19 in New York State – publicado no JAMA;
    2- Observational Study of Hydroxychloroquine
    in Hospitalized Patients with Covid-19 – publicado no NEJM
    3- Hydroxychloroquine in patients with mainly mild to moderate coronavirus disease 2019: open label, randomised controlled trial – publicado no BMJ
    Contudo é importante ressaltar que existem também estudos com resultados positivos como esse:
    4- Hydroxychloroquine and azithromycin plus zinc vs hydroxychloroquine and azithromycin alone: outcomes in hospitalized COVID-19 patients – publicado no BMJ tb…
    Acho perigoso colocar que a droga n tem benefício… os estudos mais robustos ainda estão em andamento e é um deserviço à população polarizar o uso de uma droga por viés político.
    Outra ressalva deve ser feita sobre o uso do isolamento como medida CIENTIFICAMENTE COMPROVADA… Até onde saiba não há nenhum estudo clínico randomizado que tenha provado isso a longo prazo… é preciso dar a esse remédio o mesmo benefício da dúvida da hidroxicloroquina…

    1. Nathália disse:

      Único comentário sóbrio e embasado cientificamente. Excelente! Deixemos política de lado e vamos começar a pensar corretamente

    2. Marcius disse:

      Parabéns pelo comentário. O grande problema do nosso país é politização de TD, inclusive da vida das pessoas. É tipo assim: quem é contra o governo diz que o medicamento mata e acabou, mesmo se houver testes promissores e quem é a favor do governo acha que deve colocar uma banca na esquina e vender o medicamento como se vende picolé e acha que qualquer informação contra ou que se deve ser administrado com conhecimento técnico é contra o medicamento. TD isso p lado a ou b defender o ponto de vista político.

    3. Fidúma Hégua disse:

      Você duvida que o isolamento social reduz os riscos de contágio? Então, mãos a obra, vc já pode fazer um churrasco com 30 ou 40 pessoas na sua casa.

  9. Marcos Alexandre disse:

    Ótimo artigo, muito esclarecedor.

  10. Lopinho disse:

    Essa coluna está entre as 10 mais idiotas que eu já li sobre essa pandemia. Não fala nada. Não esclarece nada. Não rebate sequer os fatos cobcretos que já é de conhecimento de todos. Só as mesmas ladainhas de esquerda caviar. Tempo que não me volta.

  11. Maria disse:

    Cloroquina/hidroxicloroquina não é O REMÉDIO é MAIS UM DOS REMÉDIOS utilizados no tratamento do Covid-19.
    Parem de ilusões de que esse remédio sozinho faz tudo.
    É mais fácil morrer por tomar a cloroquina/hidroxicloroquina por efeitos colaterais graves do que morrer do próprio Covid.
    Quantas mortes atribuidas ao covid que na realidade foi efeito da cloroquina/hidroxicloroquina? É bom pensar nessa questão.

    1. Silvan disse:

      Santa ignorância: os jesuítas espalharam na Europa o uso da quinina o exército inglês usou para dominar a Índia porque a malária estava dizimando a tropa há mais de cinco décadas a cloraquina é usada em milhões de vítimas da malária nos trópicos…porque agora virou uma medicação perigosa?…porque o coquetel de hidrocloquina mais azitromocina mais anticoagulante não está sendo usado pelo SUS no BRASIL?….

  12. Eleitor disse:

    A camisa já entrega o pensamento. Duvido que não tenha o kitzinho dele guardado, o povo que se lasque, né! Se médicos que tratam os doentes nos países europeus mais afetados dizem que funciona pois estão comprovando através da PRÁTICA, não vai ser um esquerdista brasileiro que só passa Dipirona que vai ter razão.

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