Após teste negativo para novo coronavírus, comunitária morre no Idalino Bezerra sob suspeita da doença e família contesta

por Carlos Britto // 07 de julho de 2020 às 18:46

Foto: reprodução/arquivo

Os familiares da comunitária Maria Eunice da Silva Lima, de 48 anos de idade, vivem um momento duplamente difícil: a dor pela sua morte e a impossibilidade de se despedir dela pela última vez. Residente do Bairro Idalino, área central de Petrolina, ela faleceu na manhã de hoje (7), mas não poderá ser velada. O motivo é que existe a suspeita de Maria Eunice ter sido mais uma vítima do novo coronavírus (Covid-19).

Em virtude desse triste detalhe, o corpo deveria ser sepultado ainda hoje, sem direito a velório e seguindo todas as medidas preventivas de combate à doença. Mas de acordo com Eulália da Silva Lima, irmã de Maria Eunice, esse é apenas um lado da história. Ela contou a este Blog que sua irmã começou a desconfiar de sintomas da Covid-19 no último dia 20 de junho. Nove dias depois, ela procurou o posto de saúde do Idalino Bezerra, onde também morava. A médica do posto encaminhou o caso à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que enviou uma equipe à residência dela e a submeteu a um teste rápido. O resultado deu negativo para a doença.

Hoje, por volta das 8h30, Maria Eunice sofreu um desmaio enquanto tomava banho. Uma das filhas acionou Eulália, que tentou reanimá-la, mas não conseguiu. “Ela já estava sem pulso. Aí corri para o posto de saúde, desesperada, mas disseram que ninguém podia sair porque sequer havia respirador”, relatou. Eulália lembra que, por volta das 11h, uma médica do posto chegou à residência da sua irmã e atestou o óbito, com as possíveis causas: infarto, trombose e Covid-19.

Eulália desconfia que sua irmã poderia estar, de fato, com outros problemas de saúde, já que reclamava vez por outra de certos desconfortos. Como o teste de Maria Eunice para Covid-19, feito há oito dias, deu negativo, Eulália e os quatro filhos da comunitária gostariam de uma contraprova, para não ter de sepultá-la assim. Segundo ela, a família pensa em tomar providências contra a Secretaria de Saúde. A reportagem vai procurar a assessoria de comunicação do órgão municipal sobre o assunto.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários