Ao contrário do que defende Bolsonaro, 61% dos brasileiros são contra posse de arma

por Carlos Britto // 01 de janeiro de 2019 às 11:06

Foto: Fábio Teixeira/Getty Images

O índice de brasileiros que se declaram contrários à liberação da posse de armas de fogo atingiu 61% em dezembro, segundo pesquisa Datafolha, divulgada no último dia de 2018. De acordo com os entrevistados, a posse deve ser proibida “pois representa ameaça à vida de outras pessoas”.

No levantamento anterior, divulgado em outubro, o percentual de pessoas contrárias ao porte estava em 55%.

No mesmo período, a parcela de pessoas que considera a posse de armas “um direito do cidadão para se defender” oscilou negativamente, passou de 41% para 37%, ou seja, no limite da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Outros 2% não souberam responder.

Foram entrevistadas 2.077 pessoas em 130 municípios em todas as regiões do país, nos dias 18 e 19 de dezembro.

Uma das principais bandeiras de campanha do agora presidente eleito, Jair Bolsonaro, era a da revogação do Estatuto do Desarmamento.

Decreto

No sábado (29/12), ele afirmou que pretende assinar um decreto para permitir a posse de arma a todas as pessoas sem ficha criminal, além de tornar o registro definitivo, sem a necessidade de renovações, como hoje. Especialistas questionam a mudança por decreto sem aval do Congresso, uma vez que afetaria o Estatuto do Desarmamento, lei de 2003.

Na prática, todo cidadão pode pedir a posse à Polícia Federal, se cumpridos alguns requisitos, como ficha criminal limpa e exames de aptidão. O total de registros tem crescido: o salto foi de 280% de 2009 a 2017, chegando a 33 mil licenças no país.

Ao anunciar a medida no Twitter, Bolsonaro não detalhou o decreto que está em planejamento. Duas horas após a publicação, ele voltou à rede social para dizer que “a expansão temporal será de intermediação do Executivo, entretanto outras formas de aperfeiçoamento dependem também do Congresso Nacional, cabendo o envolvimento de todos os interessados”. Já tramitam no Congresso projetos que tentam revogar o estatuto. (Fonte: Exame)

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