A imprensa de Petrolina e as lendas urbanas das mídias sociais

por Carlos Britto // 15 de maio de 2015 às 08:40

whatsapp_2_900_451_90_s_c1_smart_scale_0Não é de hoje que as lendas urbanas povoam o imaginário dos petrolinenses. Quem era criança nos anos 70 e 80 vai se recordar muito bem do ‘papa-figo’, ou de um Opala preto que circulava por Petrolina pegando crianças malcriadas.

Essas estórias tenebrosas eram contadas pelos pais para, digamos, persuadir seus filhos a entrar para casa depois das ‘peladas’ de futebol, ou das disputas de bola de gude e pião no meio da rua. E não é que os pais eram eficazes em seus métodos?

Os anos se passaram e as lendas urbanas foram se tornando mais ‘sérias’. Já houve estória de uma mulher picada por uma cobra na seção de verduras do antigo Supermercado Paes Mendonça; ou de um casal picado por outra cobra enquanto praticava sexo num motel da cidade.

Essas lendas urbanas tiveram sua repercussão em Petrolina e eram vistas, em dado momento, até com certo bom humor. Agora estão de volta. Mas ao invés de serem disseminadas pelo ‘boca a boca’ do povo, espalham-se por Petrolina na onda das mídias sociais.

Boatos de que um casal vindo do Paraguai estaria em Petrolina num carro preto sequestrando crianças para retirar seus órgãos deveriam ser encarados como as mesmas estórias contadas pelos nossos pais, nos anos 70 e 80, para convencerem seus filhos a entrar para casa. Mas, infelizmente, ganham credibilidade só porque não são mais contadas no ‘boca a boca’. Se estão no WhatsApp ou no Facebook, pronto: a mentira espalhada mil vezes pela Internet, torna-se verdade.

O pior de tudo é que certos segmentos da imprensa ‘compram’ essas lendas urbanas como se verdade fossem. Já passou definitivamente da hora de os meios de comunicação locais levarem essa onda de informações ‘fake’ das mídias sociais como deveriam ser levadas. Ou seja: ignorá-las.

Afinal, não é apenas a polícia que lida com fatos verídicos, como bem afirmou o delegado José Renivaldo. O bom jornalismo também. Porque o máximo que a imprensa deve lidar, além disso, é com especulações procedentes, e não com estórias da carochinha. E as lendas urbanas não passam disso.

A imprensa de Petrolina e as lendas urbanas das mídias sociais

  1. billyjohw@gmail.com disse:

    Carlos Britto,

    do mesmo jeito que houve essa divulgação sem fundamentação, houve também a divulgação das empresas Lipa Fossa do Povão e Limpadora Pacheco de forma irregular, sendo que as empresas já tinha prestado esclarecimentos em nota, onde estavam fazendo o descarte correto. Em todas aos postagens que recebi, encaminhei as notas que foram emitidas.

    Lamentavelmente, hoje quem tem celular, whatsapp, que participa de redes sociais, não compartilham informações como deveriam, se alguém morre em acidente, expõe o corpo como se fosse um prêmio ou a notícia do século, sem respeitar o direito de privacidade. Torço que um dia, exista uma forma legal de punir e coibir esse tipo de prática.

    É uma pena que esses meios, que poderiam divulgar informações úteis e de crescimento pessoal/profissional não é utilizado como deveria…

  2. Sertanejo PE disse:

    Conheço vários casos de mulheres picadas por cobras em moteis na cidade!

    1. juan disse:

      Kkkkkkkkk, eu tambem…..

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