Última semana teve mais mortes do que primeiros 72 dias de pandemia no Brasil

por Carlos Britto // 09 de março de 2021 às 11:15

Foto: Michael Dantas/AFP

Do dia 1º de março ao último domingo (7), foram registrados 10.482 óbitos pelo coronavírus em todo o Brasil. A semana passada somou mais mortes de brasileiros por Covid-19 do que os primeiros 72 dias de pandemia no país. É a maior marca para uma única semana até o momento. Em comparação, de 26 de fevereiro do ano passado, quando foi confirmado o primeiro caso no país, ao dia 8 de maio daquele ano houve 10.022 mortes.

Em nove estados, a semana passada foi a que mais teve óbitos decorrentes da Covid-19. São eles: Acre, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Todos eles estão com hospitais cheios e alta de casos. Na Bahia, onde foi decretado toque de recolher à noite até o fim do mês, o governador Rui Costa (PT) chorou ao falar sobre as vítimas da doença e pedir a colaboração da população às medidas para tentar barrar o avanço do vírus. Em Salvador, todo o comércio está fechado, e apenas serviços essenciais podem funcionar.

Em seu pior momento em toda a pandemia, o Brasil vive um cenário de hospitais lotados, alta acelerada da contaminação, novas variantes do vírus e vacinação lenta. De acordo com o monitor do jornal Folha de S.Paulo, que mede a aceleração da pandemia no país, 204 das 324 cidades com mais de 100 mil habitantes têm casos em alta ou com tendência de estabilidade, mas em patamar elevado.

Até o momento, o país vacinou cerca de 8 milhões de pessoas com a primeira dose, e quase 3 milhões delas receberam também a segunda dose. Isso representa 4% dos adultos vacinados com a primeira dose e quase 2% com a segunda. O estado com mais vacinados proporcionalmente é o Amazonas, que recebeu doses extras em meio a sério colapso do sistema de saúde e vacinou 10% dos maiores de 18 anos.

Disponibilidade

As vacinas disponíveis no Brasil são a Coronavac, do Butantan e da farmacêutica Sinovac, e a Covishield, imunizante da Fiocruz desenvolvido pela parceria entre a Universidade de Oxford e a AstraZeneca. A vacina da Pfizer tem o registro definitivo da Anvisa, mas ainda não está disponível no país. Conforme publicou a Folha de S.Paulo, o governo federal recusou três ofertas da Pfizer para a compra de vacinas. Ao todo, foram oferecidas à administração federal cerca de 70 milhões de doses, sendo 3 milhões com entrega prevista até fevereiro. Nessa segunda, o governo anunciou a compra de 14 milhões de doses da vacina. (Fonte: Folha de PE)

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