Este Blog recebeu neste sábado (30), uma nota de repúdio de alguns membros do Conselho Universitário da Univasf (Conuni), manifestando indignação com o reitor pró – tempore da instituição, após um episódio polêmico durante uma reunião virtual entre os conselheiros e o reitor. Em nota, alguns dos membros do Conuni dizem que o reitor teria protagonizado um “espetáculo dantesco”, ao abandonar a reunião sem explicações. Confiram:
A universidade é um espaço público onde devem vicejar as reflexões, os conhecimentos e técnicas, em clima de normal aceitação das contradições, das diferentes visões de mundo, da liberdade de pensamento e de criação. Tem de ser, obrigatoriamente, lugar da convivência plural da sociedade pelas responsabilidades que a sua missão impõe para além das disputas de poder e acima dos interesses pessoais ou grupais.
Portanto, é dever do seu dirigente respeitar as suas instâncias superiores e os sujeitos que as integram por direito, compreendendo a legitimidade de quem ali chegou por deliberação dos seus órgãos colegiados.
O Conselho Universitário da UNIVASF reunido em sessão ordinária, no dia 29 de maio de 2020 e com 67 conselheiros presentes, vivenciou um espetáculo dantesco, vergonhoso de um Reitor Pró-Tempore que se mostrou incompetente para conduzir uma reunião de praxe, abandonando-a sem explicações e justamente no ponto de pauta em que seria discutida a situação dos pró-reitores que tiveram os nomes rejeitados pelo Conuni e mantidos pelo Reitor Pró-Tempore e proposta de nota de esclarecimento desse Conselho a ser divulgada no site da UNIVASF como direito de resposta a nota publicada pelo Reitor Temporário.
Neste momento, ele deixou a sala de reuniões via conferência web da Rede Nacional de Pesquisa apenas dizendo que o expediente se encerra às 18h e ele tinha outros compromissos, quando apenas um item da pauta tinha sido deliberado e a plenária manifestando-se positivamente para continuar o debate e deliberações, uma vez que havia quórum e um representante legal que poderia dar continuidade a reunião, o Vice Reitor, substituto natural em eventos como esse.
Lamentavelmente, estamos no dizer de Eric Hobsbawm (2013, p. 9-10), vivendo na UNIVASF “Tempos Fraturados”, com a perda de rumo, uma instituição desgovernada, desorientada e com dias tenebrosos. A democracia e o respeito à vontade da comunidade que não elegeu essa gestão que aí chegou por imposição política, sem o voto dos atores que a constrói, estão com enormes fissuras.
Essa gestão descomprometida e sem lastro democrático, desconhece o sentido público da universidade como instituição social, pretendendo anular o sujeito moral exigido pela cidadania consciente e participativa, para emergir o protecionismo, a troca de favores, o desrespeito aos Conselheiros da instância mais importante da universidade e o ódio, na tentativa de apagar o projeto civilizatório que foi construído nesses últimos anos.
Como partícipes da Educação Superior, os Conselheiros em suas diversas categorias entendem a universidade como campo de disputas de poder que envolvem ideias e lugares sociais distintos e frequentemente conflitantes, nos currículos dos cursos, nas estruturas de ensino, de pesquisa e de extensão, mas respeitando-se as regras e os instrumentos legais que regem a instituição.
É da missão da UNIVASF enquanto instituição pública democrática, quando mergulhada nos encontros e desencontros do seu cotidiano, conduzir a sua política educacional com respeito às diferenças e as contradições vigentes na coletividade, assumindo suas responsabilidades na construção do bem comum. Estamos reagindo a tamanho descalabro. Não ficaremos calados diante de tamanha afronta à Educação Pública e a toda a comunidade que a financia. Petrolina, 29 de maio de 2020.
Membros do Conselho Universitário da Univasf (Conuni)
Esse conuni está contaminado por comunistas.
Falou o diretório do PT, ampliado com os comitês centrais comunistas.
Solicito correção do texto da reportagem. A nota divulgada NÃO É ASSINADA PELO CONUNI, mas sim por ALGUNS MEMBROS do Conuni. Eu sou membro do conuni e não assino tal nota, bem como também sei que há outros membros do Conuni que não assinaram.
Um verdadeiro absurdo, esse reitor temporario acha que está no consultorio medico dele…
O texto da Nota quando foi divulgar Anderson estava com os nomes de quem assinou, então não há o que corrigir! E o seu nome não está…
aliás o senhor tem sido um dos poucos a apoiar este golpe.
Anderson, você não! Lembra-se que há um coletivo ( professores e alunos) no qual muitos discordam de você! Inclusive eu, sua aluna, e muitos outros colegxs e professores!
Não sei de onde tiram essa ideia de comunistas.. falta de argumentos e intelectualidade, ai repetem o que o que Trump e Bolsonaro dizem, como se isso significasse alguma coisa. O blog e a tv passam o dia divulgando excelentes acoes da Univasf e lá so tem comunistas? O hospital da univasf so tem comunistas? Os medicos formados la sao comunistas? Engenheiros, psicológicos, educadores fisicos?
A Universidade não é lugar para conflitos, vcs deveriam era estar buscando formas de ajudar no combate á este vírus que esta matando pessoas todos os dias ao invés de ficarem trocando farpas e brigando pelo poder.
É incrível como as pessoas gostam de politizar tudo.
Eu fiz um comentário técnico, de língua portuguesa, sobre SEMÂNTICA, ao significado que a mensagem transmite.
“O Conselho” tem um significado. “A MAIORIA ABSOLUTA do Conselho” tem outro significado. “A MAIORIA DOS PRESENTES naquela reunião do Conselho” tem outro significado.
A maneira mais lógica, mais coerente, mais verdadeira, do texto representar aquilo que ele quer, é usando outra expressão, pois ao dizer O CONSELHO, o significado imediato é a totalidade, a integralidade, o que não é fato.
É a mesma coisa que dizer “O Brasil” elegeu Bolsonaro: não é verdade. “A MAIORIA do brasileiros que decidiram manifestar-se pelo voto” elegeram Bolsonaro. É fato que quem perde na votação acata a decisão da maioria, mas não se pode imputar aos derrotados o mesmo discurso dos vencedores, não se pode dizer que foram TODOS. Mas quando se diz “O CONSELHO”, essa é a mensagem imediata que se dá.
É questão de SEMÂNTICA.
Eu defendo o direito de vocês discordarem de mim, ainda que vocês não defendam o meu direito de discordar de vocês e queiram impor a mim um discurso que não é meu.