Para Humberto Costa, candidatura própria não é prioridade

por Carlos Britto // 23 de junho de 2018 às 10:26

Humberto Costa. (Foto: Arquivo/Divulgação)

Após a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, se pronunciar pela continuidade do diálogo com o PSB para formação de alianças nos Estados e definir a reeleição do senador Humberto Costa como uma das prioridades da legenda, o petista afirmou que este entendimento evidencia a estratégia principal do partido: de fortalecer a candidatura presidencial e reforçar a bancada do Congresso. Por isso, Humberto acha que a aliança anunciada entre a vereadora Marília Arraes (PT) e o deputado Silvio Costa (AVANTE) para tentar viabilizar uma candidatura própria, não passa de uma “antecipação desnecessária” do debate eleitoral que, na sua visão, deve ser tocado pela direção nacional da sigla.

Convidado desta edição do programa ‘No Cafezinho’ (da Folha de PE), Humberto voltou a dizer que as instâncias nacionais do PT darão o veredicto sobre o rumo da agremiação no fim de julho. Colocou, inclusive, que “se a ideia for de ter uma candidatura própria, nós marcharemos com ela”. Porém, destacou que, por enquanto, esta tese é apenas a quarta prioridade. Antes de pensar nesta possibilidade, para ele deve-se pensar na ampliação dos quadros na Câmara, pois é partir da soma dos deputados federais que são definidos o montante do fundo partidário e o tempo de televisão que o PT irá dispor nas eleições.

A prioridade principal é exatamente a eleição de Lula e a retomada da presidência da República. Ou se ele não puder ser candidato, de alguém que vier substituí-lo. Depois, temos necessidade de dar a esse presidente, que será eleito, uma maioria, ou uma vida menos dura, do que Lula e Dilma tiveram no Congresso. Então a segunda prioridade é a Câmara dos Deputados, que define o fundo partidário e o tempo de televisão. E a terceira é o Senado, onde os Estados que têm senadores, a prioridade é os senadores. Só então nós discutirmos as candidaturas ao governo do Estado. Então ela (Gleisi) foi muito coerente com a decisão que foi tomada há muito tempo pelo partido”, pontuou.

Chapa

Questionado sobre a presença do AVANTE em uma possível chapa encabeçada por Marília, Humberto disse que esta negociação também deve passar pelo crivo da nacional. “O problema do AVANTE é que nem definimos se ele vai estar no leque de alianças, que deve passar também pela direção nacional. Em 2016 fomos obrigados a desfazer alianças com partidos que não faziam parte da política de alianças, como DEM e PSDB. Não adianta discutir com o partido e depois a nacional dizer que ele não faz parte do leque de alianças”, acrescentou.

Na sua opinião, “a aliança com o PSB parte do pressuposto do que é melhor para campanha presidencial. O PT não só quer aprofundar a aliança com o PSB como chegou a oferecer a indicação do candidato a vice na chapa de Lula ou de um indicado por ele. Então, não estamos fazendo essa conta de eleger senador ou não, a partir de uma visão regional. A visão é nacional. O PT aqui tem força e se houver candidatura própria não é impossível eleger um senador. Mas estamos discutindo o que é melhor para o PT nacional”, finalizou. (Fonte: Folha de PE)

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