Após reunião, técnicos preveem vazões ainda mais reduzidas no Velho Chico

por Carlos Britto // 10 de outubro de 2014 às 10:38

reservatório seco_istoéEm nova reunião de avaliação sobre as defluências praticadas na bacia do rio São Francisco, realizada na sede da Agência Nacional de Águas (ANA) em Brasília, nesta quinta-feira (9), as previsões dos técnicos não são nada animadoras. Um novo encontro do setor elétrico (Cemig, Chesf, ONS) com os órgãos governamentais, incluindo a ANA, vai apresentar aos membros do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco o planejamento para os próximos meses em relação ao nível do rio São Francisco.

Os técnicos dos órgãos federais vislumbram um cenário mais conservador que o atual para os próximos meses, em virtude da atual estiagem, segundo dizem, pior até mesmo do que a verificada no período que provocou o racionamento de energia no ano de 2003.

Com relação à represa de Sobradinho, na Bahia, a defluência atual de 1.100 metros cúbicos por segundo deve permanecer até o final de outubro, mas existe a proposta de reduzir o nível do rio para apenas 900 metros cúbicos por segundo nos períodos de carga leve, de zero hora às 7h, entre novembro e dezembro, e aumentá-la para 1.700 metros cúbicos por segundo, com média de 1.500 nos períodos de maior demanda. O objetivo seria aliviar o reservatório de Tucuruí, no rio Tocantins, de forma a atender ao aumento da necessidade de maior geração de energia.

Além disso, ficou definido que a represa de Três Marias, em Minas Gerais, terá a defluência reduzida de 150 metros cúbicos para 140 metros cúbicos por segundo até o final de outubro, podendo chegar a 120 após esse prazo.

Diante da nova proposta de redução, confirmada pelos técnicos do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, avisou que o colegiado não irá participar de qualquer aprovação nesse sentido e permanecerá vigilante. Para ele, é a parte interessada – ou seja, o setor elétrico – quem deve dar a notícia.  “Entendemos as dificuldades, mas é necessária uma discussão com todos os usuários da bacia. O setor elétrico não pode impor, goela abaixo, suas opiniões e decisões. Essa variação tem consequências gravíssimas na questão ambiental”, alerta Miranda. As informações são do Comitê.

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