A votação do novo Código Florestal Brasileiro (Lei 4.771/65) poderá ficar mesmo para 2011 na Câmara de Deputados. O ano eleitoral em curso é o maior empecilho.
Pelo menos é o que defendem os deputados federais Jorge Khoury (DEM-BA) e Sarney Filho (PV-MA), respectivamente presidente da Comissão de Meio Ambiente de Desenvolvimento Sustentável e da Frente Parlamentar Ambientalista, a análise de um tema tão polêmico em meio ao processo eleitoral ficaria prejudicada.
Khoury defende o princípio do equilíbrio na discussão das mudanças na legislação ambiental. Ele reafirmou ser contra os radicalismos dos dois principais setores envolvidos no debate: ambientalistas e ruralistas. O parlamentar defende, por exemplo, a flexibilização de percentual de áreas já desmatadas. Isso permitiria que, na Amazônia Legal, por exemplo, onde a reserva obrigatória é de 80%, a recomposição poderia ser feita em 50% da área com vegetação nativa e nos outros 30% com espécies que permitissem a exploração econômica ou pesquisa.
Já Sarney Filho é contrário às mudanças propostas, justificando que o objetivo da maioria delas é facilitar o desmatamento. Ele acredita que o Congresso deveria apenas aprimorar a legislação em vigor para garantir sua efetiva aplicação. Por essa razão ambos querem toda a concentração dos seus pares na discussão do tema. E este ano, de fato, seria quase impossível.
