Vigiliantes terão novo encontro no MPT para resolver pendências trabalhistas, mas prometem mobilização

por Antonio Carlos Miranda // 05 de abril de 2025 às 18:42

Foto: Blog do Carlos Britto

Na tarde da próxima terça-feira (8), o Sindicato dos Vigilantes do Sertão de Pernambuco (SindVig) terá uma reunião no Recife com o Ministério Público do Trabalho (MPT). Participarão também do encontro, além dos representantes de Petrolina, sindicalistas de outras cidades da região – a exemplo de Tabira, Serra Talhada e Salgueiro. O objetivo é de sensibilizar o Governo de Pernambuco a resolver em definitivo um problema crônico pelo qual padece a categoria: a violação dos direitos trabalhistas da categoria.

Para se ter uma ideia, no momento atual os vigilantes estão com dois meses de salários atrasados e cinco meses do não pagamento do vale alimentação, além de férias pendentes. De acordo com o presidente do SindVig, Laécio Vasconcelos, essa situação tem sido recorrente, mesmo com a constante fiscalização do Ministério do Trabalho.

A cada dia a situação vem se agravando. Já fizemos mobilizações, mas não se resolve”, afirmou ao Blog. Para a reunião da próxima semana, da qual também se juntarão outros dois sindicatos do Recife, estarão representantes das secretarias estaduais de Educação, Saúde e Instituto de Atenção à Saúde (Issassepe).

O Estado justifica que tem repassado os recursos para as empresas terceirizadas (BBC e B1). No entanto, os vigilantes continuam sofrendo na pele os constantes atrasos nos seus benefícios. Para Laécio, não existe outro termo a ser aplicado nesse caso: “Se eles recebem os recursos, só podem estar agindo de má fé”. Ele informou também que alguns dos seus colegas até já acabaram afastados por motivos psicológicos. Já outros pediram rescisão contratual, por se recusarem a trabalhar sem receber seus vencimentos e direitos trabalhistas.

Cobranças

O diretor jurídico do SindVig em Petrolina, Elienai Mendes, completou dizendo que, desde 2021, o sindicato vem acionando o MPT, que já entrou com uma Ação Civil Pública contra uma das empresas. Segundo Elienai, caberia ao Estado uma fiscalização rigorosa dos recursos que repassa às terceirizadas.  Ele relatou ainda que o SindVig abriu outra ação, desde janeiro, junto ao Ministério, cobrando essa fiscalização. Elienai lembrou ainda que existe a chamada ‘Lei Anticalote’, tramitando na Assembleia Legislativa (Alepe), e que se fosse aprovada, resolveria a questão não apenas dos vigilantes, mas de todos os terceirizados. Ele também se volta ao Sindicato Patronal, que até o momento não se posicionou acerca de um reajuste salarial para a categoria.

Independente da reunião de terça, no dia seguinte, às 9h, a categoria fará uma grande mobilização na capital pernambucana levantando todas essas questões. “Queremos conscientizar a sociedade, que não sabe que seus filhos estão na escola, estudando, e tem lá um vigilante para dar segurança que não está recebendo seu salário”, completou. O Blog reserva espaço para as empresas citadas se manifestarem sobre o assunto.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários