Na semana em que viu um projeto de lei de sua autoria ser aprovado pelos demais colegas da Casa Plínio Amorim, o qual homenageia a professora Valdete batizando o Centro de Atendimento à Mulher com o seu nome, a vereadora Raimunda Sol Posto acredita que os casos de violência contra as mulheres ainda exigem muita atenção das autoridades. E foi mais longe. Na visão de Raimunda, falta uma maior divulgação da lei Maria da Penha, implantada há cerca de três anos.
“Depois da implantação dessa lei, os crimes contra as mulheres diminuíram um pouco, mas elas precisam ser mais bem orientadas sobre a lei, e para isso precisa de uma ampla divulgação”, pondera Raimunda.
No caso específico de Petrolina, a vereadora chamou atenção sobre a Delegacia da Mulher, que não atende aos finais de semana por falta de logística. “Precisamos urgentemente fazer com que a delegacia funcione 24 horas”, afirmou.
Sobre a professora valdete César, Raimunda justificou que a homenagem não poderia levar o nome de outra pessoa. Valdete, uma gaúcha que chegou a Petrolina em 1978 e fundou uma das escolas de balé mais conhecidas da região, foi barbaramente assassinada pelo marido na frente da filha de cinco anos, em 1979. O crime chocou a sociedade da região.
O marido de Valdete, Josias Fernandes, justificou ter “matado por amor”. Foi julgado e condenado em 1984, mas sua defesa ingressou com recurso solicitando um novo julgamento, que até hoje não aconteceu. O crime já prescreveu e o assassino continua impune. Detalhe: o júri formado à época era exclusivamente de homens. A partir de então, um grupo de mulheres petrolinenses cobrou da justiça a participação de juradas em julgamentos criminais.


