Com a mudança de domicílio eleitoral do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, para o Recife, a vereadora Marília Arraes (PSB)/foto voltou a defender a prerrogativa do PSB em, ao menos, discutir a possibilidade de lançar uma candidatura própria na capital em 2012. Além de acirrar o debate entre PT e PSB, o posicionamento da vereadora terminou respingando, indiretamente, no presidente estadual do partido, Milton Coelho, que chegou a desautorizá-la publicamente quando a tese foi defendida por ela no início do ano.

“O PSB é o partido que mais cresce no Estado e, por isso, tem legitimidade de mostrar quem ele quer que encabece a chapa majoritária, em 2012″, afirmou. Marília fez questão de lembrar que havia levantado a “lebre” em fevereiro, durante uma entrevista e, sem citar nomes, criticou os correligionários que a “recriminaram” na época. “Esse debate é salutar para a democracia. É o que defendi desde o início, apesar de ter sido recriminada por algumas pessoas. O fato (a mudança de domicílio eleitoral do ministro) prova que essa discussão aconteceu ao longo dos último oito meses. Na época, emiti minha opinião como militante e ninguém tinha o direito de me desautorizar”, relembrou a socialista, em recado a Milton Coelho.

A discordância pública com o dirigente socialista, inclusive, foi um dos motivos para o rompimento político entre os dois. Hoje, existe uma corrente no PSB que trabalha para impedir que Milton renove seu mandato a frente do partido. O mal-estar interno agravou-se com o recente pedido de desfiliação de Ariano Suassuna, socialista histórico, alegando desentendimentos pessoais com Milton.

Além de defender o direito do PSB em discutir candidatura própria no Recife, em 2012, Marília apoiou uma eventual opção por Bezerra Coelho. A socialista considerou “incoerente” os argumentos de que o ministro, com raízes em Petrolina, não possui identidade com a capital. “Há tempo ele deixou de ser de Petrolina e passou a ser um quadro político importante do Estado, desde quando fez um excelente trabalho na Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado e, agora, como ministro da presidente Dilma”, defendeu. (do JC c/foto)