O vereador Carlinhos Ramos (DEM), líder da oposição na Câmara de Vereadores de Lagoa Grande (PE), no Sertão do São Francisco, participou nesta quinta-feira (3) do programa Carlos Britto, na Rural FM, e tratou, entre outros assuntos, da situação dos feirantes do município. Na última segunda-feira (31), a categoria voltou para a praça Hermes Amorim, e não para o bairro Morada Nova, local indicado pela prefeitura e onde acontece a feira livre aos sábados onde, segundo ele, não há nenhuma infraestrutura para quem trabalha com o setor de roupas e calçados. Além disso, eles só vendem seus produtos uma vez por semana no local.

“Quando saiu o decreto do governo do Estado, autorizando as feiras livres, o prefeito retirou a feira da praça, colocou só verduras, carnes na quadra da Morada Nova. Até aí tudo bem. O local é uma quadra coberta, onde está funcionando por enquanto muito bem. Só que ficou o pessoal de roupas, calçados, de fora. Quando saiu o decreto novamente autorizando esses cidadãos e esses pais de família a também trabalhar, a prefeitura decretou que eles fossem para o mesmo local ao redor da quadra, numa área de terra, totalmente aberta, onde a poeira é imensa”, explicou. A partir daí, eles decidiram voltar para a praça e pediram o apoio do vereador. 

Ele afirma que foi ao local com o intuito de evitar que os feirantes fossem agredidos. “Eles temiam pela sua integridade física. Se fossem ali e levassem suas mercadorias como fizeram com outros pais de família, que por necessidade, tiveram que colocar sua banquinha”. 

Para a Prefeitura de Lagoa Grande, o vereador incitou o descumprimento do decreto municipal, e a gestão entrou com uma representação na Justiça contra Carlinhos. “Disseram lá que eu poderia ter levado essas pessoas à morte. Quer dizer, uma coisa assim totalmente irresponsável, não da minha parte, mas da parte de quem redigiu aquela nota, aquela assessoria de comunicação da prefeitura. E mais irresponsável ainda é o prefeito que deixa postar aquela nota, marginalizando não só a mim, eu estava ali representando as pessoas, essas famílias, esses trabalhadores”, declarou Carlinhos. 

Tranquilo

Mesmo com a notícia desta ação na justiça, Carlinhos disse estar tranquilo. “Eu estou tranquilo em relação a isso. Eu não cometi nenhum crime, essas pessoas que estavam lá não cometeram nenhum crime. Se for para enfrentar ações judiciais por estar defendendo os interesses do povo, ele pode preparar o advogado dele e entrar com ação todos os dias contra mimque eu enfrento com muita honra, dignidade”, disparou. A situação dos feirantes foi resolvida e a partir de hoje eles ficarão nas proximidades do posto, ao lado da igreja do município, revelou o vereador. Até o momento, Carlinhos não foi informado oficialmente sobre a representação.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Lagoa Grande, que se limitou a dizer que “só falará oficialmente quando o Ministério Público se manifestar”.