Univasf enfrenta alto índice de evasão

por Carlos Britto // 16 de setembro de 2010 às 20:32

Do Jornal Folha do São Francisco

univasfDepois de aderir irrestritamente ao novo Exame Nacional de Ensino Médio como único processo seletivo, a Universidade do Vale do São Francisco contabiliza, no segundo período, quase 50% de desistência em cursos como Farmácia e Enfermagem.

Após um levantamento do jornal entre os alunos  descobriu-se que a maioria tentará novo vestibular para Medicina. Além disso, constatou o pífio número de estudantes da região em algumas graduações.

 Segundo informações do Jornal Folha do São Francisco no Curso de Farmácia  das 40 vagas disponíveis apenas 28 alunos estão cursando. Ainda de acordo com a matéria 22 alunos não estão matriculados em todas as disciplinas, afim de que se sobre tempo para eles se preparem para o vestibular de medicina.  A situação se repete nos cursos de enfermagem e Psicologia. Ainda segundo o jornal o Secretario de Registro e Controle Acadêmico da Univasf , Luiz Mariano explicou que a medida para preencher as vagas seria fazer mais um processo seletivo. O secretário lembrou que todos os anos eram realizados dois vestibulares, o que significava um custo a mais para a universidade.

No último processo seletivo- o primeiro após a adesão absoluta  da Univasf ao Enem foram realizadas 21 chamadas a fim de preencher as 1.380 vagas oferecidas pela instituição.

A reportagem do jornal apurou ainda que no curso de medicina dos 40 alunos de medicina apenas dois são da região. Outro dado curioso é que 15 dos 37 estudantes de fora  estão inscritos no Enem 2010 tentando passar novamente em medicina,  mas em universidades mais próximas de suas casas. Isso significa que caso esses alunos sejam aprovados até o curso de medicina terá vagas ociosas.

Univasf enfrenta alto índice de evasão

  1. Sugestionadora disse:

    Excelente reportagem. Sou educadora há muitos anos. Trabalho na rede pública e privada de ensino. Há alguns meses, quando vários setores da educação de Petrolina e Juazeiro discutiam várias questões acerca do ingresso na universidade, lembro-me que o próprio diretório acadêmico de medicina tinha posicionamentos extremamento coerentes com relação ao ENEM, COTAS, etc… sugiro que o blog entre em contato com essa representação dos estudantes para saber exatamente o que eles pensam a respeito! Abraços.

  2. sallesmendes disse:

    A questão é sempre a mesma: todos querem fazer Medicina. Não existe formula mágica. Os defensores de cotas regionais insistirão que a saída é a reserva de vagas para a região (claramente inconstitucional) e no final os outros cursos continuarão com os mesmos problemas de evasão. É mais fácil culpar o ENEM, etc…Para resolver quem sabe o absurdo: 500 vagas para a Medicina e fechar os outros cursos.

  3. Will Carvalho disse:

    Ainda não consigo ver relação tão latente entre a adesão ao Enem e a evasão desses cursos. Acho que o ingresso de poucas pessoas da região no curso de Medicina se deve ao fato da Universidade ficar mais conhecida a cada ano. A concorrência está maior. E essa questão dos alunos de Enfermagem e Farmácia sairem para tentar medicina é antiga. Põr não conseguirem entrar no curso desejado (Medicina) eles tentam algum curso semelhante, mas logo se decepcionam ao notar a diferença, isso faz com que eles abandonem e voltem a se dedicar ao vestibular de medicina.

    Mesmo assim, a matéria é bastante interessante, vale a pena vê-la completa.

  4. Totó disse:

    A Universidade é para todos, é paga com o imposto de todos. O que os estudantes de Petrolina querem é que a UNIVASF faça mais uma fase do vestibular nas cidades sedes da UNIVASF, para que os interessados compareçam a essas cidades e participem do vestibular, como é feito pela maioria das universidades, que adotam o ENEM e mais uma fase para entrada na universidade.

  5. Sandra disse:

    O que precisa ser feito é uma conscientização junto aos candidatos ao ENEM. Os mesmos fazem o possível para entrar NA FACULDADE e não NO CURSO que desejam. Com isso duas situações acontecem: a evasão, por não ser aquele o curso desejado e o pior, alunos que desejariam entrar no curso desejado não o fazem por falta de vagas, que são ocupadas pelo capricho de alunos que querem apenas entrar na faculdade.

  6. Melissa disse:

    É inegável que muitas universidades do país adotam questões e outras medidas a fim de regionalizar suas vagas, a UFPB é a maior prova disso, na UFRJ também percebe-se uma elaboração particular no método de suas provas no intuito de priorizar os estudantes da região, o que também de formar direta e indiretamente colabora para o desenvolvimento de onde se encontram. Após formados futuramente, tais profissionais, hoje “invasores” da nossa universidade, optarão por permanecer e colaborar para nosso desenvolvimento ou para o dos seus locais de origem? Acredito que enquanto formamos “estrangeiros” a nossa região permanece com seu déficit de profissionais qualificados, o que nos inferioriza diante dos demais. Enquanto muitas universidades regionalizam seus vestibulares, permaneceríamos acomodados e regredindo em nosso ensino e desenvolvimento, devemos nos posicionar e nos valorizar, até porque é inquestionável que o ENEM com suas inúmeras falhas não é a melhor forma para avaliar a qualidade dos alunos, e depender totalmente desse sistema de avaliação nos fragiliza e reduz a seriedade e fidelidade da Universidade do Vale do São Francisco.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários