Um ano depois, nenhum dos acusados do roubo da prova do Enem foi preso ou julgado

por Carlos Britto // 01 de outubro de 2010 às 18:33

enem2009_logoHá exatamente um ano, a notícia de que a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tinha sido roubada pegou de surpresa 4 milhões de estudantes e o próprio Ministério da Educação (MEC). A avaliação teve que ser adiada e refeita dois meses depois, registrando um índice recorde de abstenção. Um ano depois, nenhum dos envolvidos no caso foi preso ou julgado e o ministério teve de mudar os processos de elaboração e aplicação da prova.

As provas foram roubadas de dentro da Gráfica Plural, onde o material era impresso por funcionários do próprio consórcio que ganhou a licitação para aplicar o exame, o Connasel. Eles tentaram vender o exame ao jornal O Estado de S.Paulo, que denunciou o caso ao MEC.

A Polícia Federal ficou responsável pelas investigações e indiciou Felipe Pradella, Felipe Ribeiro e Marcelo Sena, empregados do consórcio, por quebra de sigilo funcional e peculato. Além deles, também foram indiciados o empresário Luciano Rodrigues e o DJ Gregory Camillo de Oliveira Craid, que participaram das negociações. O caso segue em segredo na Justiça Federal de São Paulo, que por enquanto ouviu apenas testemunhas.

Depois do caso, o Enem passou por reformulações. O MEC conseguiu a dispensa de licitação para contratar a empresa que fará a aplicação do Enem 2010, marcado para os dias 5 e 6 de novembro. O MEC alegava que a licitação impedia a escolha de uma empresa que pudesse garantir a segurança necessária para o exame, já que desde 2009 ele substitui o vestibular de várias universidades públicas do país.

Sem a licitação, o MEC tem mais controle sobre cada etapa. Contratou neste ano o consórcio Cespe/Cesgranrio, que havia sido responsável por todas as edições do exame até 2008. Eles serão responsáveis por aplicar e corrigir o Enem. A distribuição das provas será feita pelos Correios, assim como ocorreu no ano passado depois que a prova teve que ser refeita. As Forças Armadas e as polícias de cada estado vão cuidar da segurança do transporte do material até os locais de prova.

Apenas a escolha da gráfica passou por licitação. A Plural tentou, mais uma vez, participar do processo, mas foi desclassificada pelo MEC e excluída do processo depois de uma disputa na Justiça. A escolhida foi a RR Donelley, que imprimiu a segunda versão do exame em 2009. O edital de contratação da gráfica para o Enem de 2010 incluiu mais de 50 pré-requisitos de segurança, entre eles manter um vigilante a cada 100 metros, câmeras com monitoramento em tempo real de cada funcionário e uso de uniforme especial sem bolsos ou compartimentos que permitam ocultar objetos.

Apesar dos problemas do ano passado, o exame teve recorde de inscritos em 2010: 4,6 milhões. De acordo com a Agência Brasil, levantamento preliminar feito pelo MEC aponta que 59 universidades federais vão utilizar a nota do Enem 2010 em seus processos seletivos. Em 36 instituições ele será a única forma de seleção em substituição ao vestibular tradicional, seja para todos os cursos ou para parte das vagas.

Um ano depois, nenhum dos acusados do roubo da prova do Enem foi preso ou julgado

  1. estudante disse:

    A prova roubada só foi o reflexo do fracasso do enem. As vagas dos cursos mais concorridos não estão sendo destinados a nós nordestinos , não entendo esse paradoxo, institui cotas para negros e pobres, mas implementa o enem no Brasil , governo miope este que não vê que a educação , mesmo particular, de umas regiões infelizmente é melhor que de outras . A UNIVASF É A PROVA QUE EM MEDICINA GRANDE PARTE DOS APROVADOS SÃO DE OUTROS ESTADOS E PRINCIPALMENTE DE OUTRAS REGIÕES !!!

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