Simpósio em Petrolina promove diálogo sobre doação e transplante de órgãos com estudantes e profissionais da saúde

por Carlos Britto // 20 de setembro de 2018 às 19:25

(Foto: Divulgação)

Em seu terceiro ano consecutivo, o simpósio sobre o processo de doação e transplante de órrgãos promoveu ontem (19), em Petrolina, uma ampla discussão sobre o tema, passando por questões como diagnóstico da morte encefálica, acolhimento da família do doador até desafios éticos/jurídicos e assistência pré e pós-transplante.

O evento, que faz parte do ‘Setembro Verde’, foi promovido pela Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Hospital Dom Malan (HDM)/Imip e a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE)/Macrorregional de Petrolina, reunindo dezenas de estudantes e profissionais da saúde no auditório da biblioteca da Univasf.

Durante todo o dia, palestrantes abordaram os avanços e as dificuldades ainda enfrentadas. “A OPO Petrolina é destaque no cenário estadual e nacional com relação à captação de órgãos, devido aos crescentes números. Mas ainda existem muitas barreiras a serem vencidas, como a própria logística de captação, já que equipe precisa vir do Recife”, pontuou a enfermeira gerente da OPO, Évora Leal.

Com relação à população, a dificuldade maior acontece pela falta de conhecimento do grande público sobre o assunto. “A morte encefálica e a doação de órgãos ainda é um tabu para muitos. Por isso, a campanha do Setembro Verde reforça a importância de expressarmos o nosso desejo de ser doador aos parentes próximos, pois isso os ajudarão a decidir no momento final”, ressaltou a enfermeira Janaína Carvalho.

Há ainda questões concernentes aos profissionais da saúde. “Lidamos com a falta de uma equipe captadora na cidade, a ausência de preparo de alguns profissionais com relação ao processo e a limitação da quantidade de médicos aptos a diagnosticar a morte encefálica”, relatou Évora.

Minimização de problemas

Para minimizar os problemas, a OPO e a CT-PE têm procurado promover cursos e capacitações. “O simpósio é um desses momentos, mas ao logo do ano realizamos um trabalho contínuo. Diariamente as equipes estão nos hospitais da cidade realizando busca ativa e promovendo a sensibilização. Nós, da saúde, temos uma responsabilidade social com relação ao processo de doação/transplante e não podemos nos abster desse compromisso”, esclarece a gerente.

Tanta dedicação tem surtido efeitos positivos, já que Petrolina, pelo segundo ano, é destaque na captação. No ano passado, por exemplo, 60% dos corações doados em Pernambuco foram captados em Petrolina. Esse ano, até agosto, já foram contabilizadas 42 autorizações familiares, captados 38 fígados, 76 rins, 14 corações e 2 pâncreas. “Chegamos a 77% de respostas positivas das famílias e esse é um dado muito importante. Sabemos que ainda temos um longo percurso pela frente, mas entendemos que este é o caminho certo”, reflete Évora.

O 3º Simpósio foi considerado um sucesso pela organização. “Acredito que cumprimos bem o papel de promover um despertar e contamos com a participação de um bom público. Há uns anos não poderíamos imaginar que lotaríamos um auditório para falar sobre o assunto, e isso hoje é uma realidade”, comemorou no final do dia a coordenadora da macrorregional, Gerlene Grudka. (Fonte: Ascom/HDM)

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