Artigo: Servidor público traz à tona arquivamento das CPIs em Petrolina e cobra respostas

por Carlos Britto // 15 de setembro de 2013 às 21:31

O assunto do arquivamento das CPIs na Câmara de Vereadores de Petrolina não foi esquecido pela comunidade. Aliás, a população está atenta aos acontecimentos políticos. É o caso do servidor público e estudante de direito, Adão Lima, que joga luz sobre o caso cobrando respostas.

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Os “Eles” querem nos fazer crer que a população petrolinense ganharia mais se nada fosse investigado nunca. É o caso das CPIs arquivadas na Câmara Municipal, em que num jogo de chantagem, entre oposição e situação, convencionou-se que a melhor forma de fiscalizar a aplicação do dinheiro público é sempre um passar a mão na cabeça do outro. Por isso, resolveram abortar duas investigações num só golpe, não se importando com a opinião pública que esperava “deles” uma explicação honesta sobre os milhões gastos com a festa junina.

Diferentemente, porém, dá-se com o cidadão dito comum, que nem sequer tem a oportunidade de se esquivar da ação predatória do Executivo, quando se trata de cobrar impostos, pois nem ao menos lhe é dado a oportunidade de sonegar, já que a contribuição previdenciária e o imposto de renda são descontados diretamente do seu salário, independentemente de sua anuência. Por outro lado, os prefeitos promovem orgias à custa do erário, enquanto os nobres vereadores, cuja função é fiscalizar o executivo, negociam o interesse coletivo em troca da manutenção de favores escusos.

Diante disso, ouvi de uma pessoa leiga: “Se o parlamento local, cuja função precípua é fiscalizar o emprego do dinheiro público pelo gestor municipal, abdica dessa prerrogativa, então não há mais necessidade desse tipo de representatividade”. Os contratados e outros funcionários fantasmas, pessoas letradas a serviço dos “Eles”, dirão que a tal da governabilidade depende dessa promiscuidade e que, portanto, os vereadores são indispensáveis à sustentação do regime democrático.

E quanto ao cidadão que assistiu a um ente seu penar por atendimento no Hospital de Traumas, enquanto o prefeito dançava forró ao som de bandas inexpressivas, pagas a peso de ouro pelo contribuinte? entenderá algum dia que para manter a tradição nordestina de festas juninas, o prefeito está autorizado a desviar recursos da saúde e de outros serviços essenciais? E que quando se diz que todos são iguais perante a lei, quer-se, todavia, ao mesmo tempo, afirmar que a Lei não é igual perante todos?

Por essas e outras, enquanto o povo se anima com o pão e o circo, os “Eles”, apostando na impunidade, e protegidos pelo batalhão de subordinados no parlamento, fazem o que querem com o dinheiro do contribuinte. E, assim, a cada novo tenebroso esquema de corrupção, demonstram cabalmente o desprezo que nutrem pelo povo. O que me faz recordar da irreparável sentença prelecionada por um professor amigo meu, ao afirmar que no Brasil impera a total “insignificância do cidadão perante o Estado”.

Então, como se afirma por aí que cada povo tem o governo que merece, que tal um rodízio de pizzas? Será que tem alguma com sabor decência? Eu é que não acredito mais nos “Eles”! E você?

Adão Lima de Souza/Servidor Público e Estudante de Direito

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