Seminário promovido pelo TCM-BA discute gastos com festejos juninos

por Carlos Britto // 30 de abril de 2024 às 14:27

Foto: Ascom TCM-BA

O conselheiro Nelson Pellegrino, diretor da Escola de Contas do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA), afirmou nesta segunda-feira (29) que a nota técnica sobre gastos com festas, elaborada pelo Ministério Público do Estado, pelo TCM e pelo TCE-BA, tem por objetivo orientar, especialmente os prefeitos, sobre os cuidados que devem ser observados na contratação de atrações municipais, e não dificultar ou impedir a realização dos festejos juninos, que são manifestações culturais importantes e que movimentam a economia de inúmeras cidades do Interior baiano. A afirmação foi feita na abertura do Seminário sobre Contratações Públicas na área da Cultura, dirigido aos gestores municipais, entre os quais, os controladores internos das prefeituras dos 417 municípios do Estado.

O evento ocorreu no auditório do TCM, no CAB, e foi transmitido ao vivo pelo canal do tribunal no YouTube. Dele participaram o secretário de Cultura do Estado, Bruno Monteiro; a promotora do Ministério Público Estadual, Rita Tourinho; o procurador do Ministério Público de Contas junto ao TCM, Danilo Diamantino; o presidente da União das Controladorias Internas da Bahia, Maike Oliveira; o coordenador jurídico da União dos Municípios da Bahia (UPB), Wal Goulart; e o diretor de Assistência aos Municípios do TCM, Alessandro Macedo.

A promotora Rita Tourinho afirmou, em sua palestra, que o objetivo da nota técnica conjunta dos órgãos encarregados do controle externo – MPE, TCE e TCM – é orientar os dirigentes municipais e contribuir com informações sobre a legislação aplicável, de modo evitar irregularidades que possam gerar punições administrativas ou judiciais. Destacou que a nota técnica contribui para a segurança jurídica das contratações para as festas, e serve como orientação para o trabalho de responsabilidade das controladorias internas dos municípios.

Ela chamou a atenção para o Painel de Transparência nos Gastos Públicos com Festejos Juninos, idealizado pelo MPE baiano e que está sendo adotado em outros estados nordestinos, e que serve de referência de preço para a contratação de atrações musicais. Afirmou que a iniciativa teve ampla adesão este ano, e que inúmeras prefeituras serão distinguidas com o Selo de Transparência com gastos juninos.

Já o procurador do Ministério Público de Contas junto ao TCM, Danilo Diamantino, ao tratar do tema, fez questão de deixar claro que o objetivo dos órgãos de controle não é dificultar ou muito menos impedir a realização da apresentação de artistas em cidades do Interior do Estado, seja no São João ou em outras datas festivas. O que se quer, segundo ele, é evitar gastos abusivos, ou gastos em prejuízo ao atendimento a necessidades mais prementes da população. Especialmente quando os próprios dirigentes municipais reconhecem a vivência de um estado de emergência ou calamidade, em função da seca ou de enchentes.

Estado de emergência

Hoje, de acordo com informação do coordenador jurídico da UPB, Wal Goulart – que também palestrou no evento – 132 municípios baianos estão em estado de emergência reconhecido pelo governo estadual e homologado pelo governo federal – o que, a princípio, os impediria de promover festejos juninos. Danilo Diamantino, esclareceu, no entanto, que não há vedação. “Agora, é preciso que os dirigentes municipais apresentem argumentos que justifiquem, que demonstrem que a festa não irá impactar nas ações necessárias ao enfrentamento do quadro de emergência”, argumentou. “É fundamental bom senso e que seja observada a razoabilidade dos gastos com festas, em especial nos municípios carentes, de pequeno porte”, completou.

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