Abordar não somente as condições nas quais atuam os trabalhadores rurais no Vale do São Francisco, como também a organização política dos mesmos. Esse é um dos principais objetivos de um seminário que acontecerá nesta sexta-feira (03/12), a partir das 8h30, no auditório da biblioteca da Univasf/campus Petrolina.
Além deste, outros temas atuais serão proferidos por vários especialistas nas mesas redondas, como a “globalização e as novas regiões produtoras” e o “sindicalismo e ações coletivas”.
Segundo um dos palestrantes, o sociólogo da Univasf José Fernando Souto Júnior (foto), a realidade dos trabalhadores da região – especialmente os da fruticultura irrigada – não condiz com o desenvolvimento econômico no Vale. Como exemplo ele cita Petrolina, cujo Produto Interno Bruto (PIB) é elevadíssimo, mas não retrata as condições de trabalho daqueles que mais contribuem para esse desenvolvimento.
“Tanto é assim que na convenção coletiva deste ano, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) colocou como uma das condições fundamentais a de que o patronato colocasse água gelada nos locais de trabalho”, pontuou José Fernando, ressaltando o papel decisivo que o STR tem na organização política desses trabalhadores.
Outro assunto relevante a ser discutido durante o encontro relaciona-se aos agrotóxicos. O próprio presidente do STR, José Tenório, vem chamando a atenção da mídia para o grande número de casos de trabalhadores rurais contaminados pelos produtos. O sociólogo da Univasf ratifica a informação, e vai mais longe. Ele revela que a situação é preocupante em todo o Vale, segundo pesquisa levantada por outra educadora da Univasf, Cheila Bedor, que também será palestrante. “A pesquisa mostra que a região tem o maior índice de casos de câncer no mundo, principalmente em Curaçá (BA)”, detalha José Fernando.



