Seminário discutirá combate a moscas-das-frutas no Vale do São Francisco

por Carlos Britto // 19 de novembro de 2012 às 21:00

Um dos principais problemas fitossanitários da fruticultura do submédio do Vale do São Francisco, o ataque das moscas-das-frutas nos pomares será tema de um seminário organizado pela Embrapa Semiárido, nesta quinta-feira (22), das 14h às 17h, no auditório do Sebrae, em Petrolina. No evento, pesquisadores da instituição irão debater com agricultores e empresários medidas de controle e definir estratégias de mobilização do setor para reduzir a população da praga a níveis que não causem dano às culturas.

Atualmente, apenas para os pomares de manga, onde as safras são destinadas à exportação, é que existem normas fitossanitárias que obrigam o monitoramento de moscas-das-frutas. Contudo, a elevada infestação registrada em videiras, principalmente a partir de 2011, torna urgente que agricultores e empresários do setor produtivo adotem medidas de controle a fim de manter os parreirais rentáveis e competitivos, ainda que o foco do negócio seja o mercado interno.

Os frutos estragados, imprestáveis para o comércio in natura e até para o processamento na indústria de alimentos, dão uma noção do tamanho das perdas produtivas e econômicas que o setor vem experimentando com a presença dessas moscas nas áreas de plantio.

O evento contará com a presença de entomologistas da Embrapa Semiárido, da Embrapa Mandioca e Fruticultura. Qualquer pessoa interessada no assunto pode participar.

A praga

A principal espécie de mosca-das-frutas nas áreas irrigadas do polo Petrolina/Juazeiro é a Ceratitis capitata, que é chamada popularmente de “mosca do mediterrâneo” ou “moscamed”. O comportamento reprodutivo desses insetos é semelhante em todas as fruteiras, podendo ter um ciclo maior ou menor, de acordo com o fruto hospedeiro.

As fêmeas põem ovos no interior dos frutos ainda firmes, num estágio próximo ao amadurecimento. No caso das uvas, apenas uma delas pode chegar a depositar ovos em mais de 200 bagas. “Isto é um aspecto da agressividade da praga. Além disso, ela se adapta facilmente a diferentes frutas hospedeiras”, explica a pesquisadora Beatriz Paranhos, da Embrapa Semiárido.

Embora considere que os órgãos governamentais precisam regulamentar o monitoramento obrigatório da infestação de Ceratitis capitata em videiras e outras fruteiras, além das mangueiras para exportação, Beatriz orienta os fruticultores a tomarem a iniciativa de adotar medidas de controle o quanto antes.

Algumas técnicas, que combinam práticas culturais, armadilhas atrativas e o uso de iscas tóxicas são capazes de baixar a infestação nas frutas, além de outros métodos de controle, como o biológico e a técnica do inseto estéril. De acordo com a pesquisadora, trata-se de soluções que não podem ser utilizadas individualmente nos pomares, mas de forma integrada para que o manejo seja eficiente. As informações são no Núcleo de Comunicação da Embrapa Semiárido.

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