Assim que soube que uma palestra, sobre empreendedorismo individual, havia sido realizada pelo Sebrae no bairro onde mora, Itaberaba, em Juazeiro, Luzineide Duarte dos Santos procurou se informar.  No mesmo dia que encontrou os agentes do Sebrae, a comerciante tornou-se Empreendedora Individual.

Dona de um mercadinho, Luzineide quase desistiu do negócio. Ela diz que pensava em voltar a trabalhar com carteira assinada porque queria ter benefícios previdenciários. Como autônoma, a comerciante não tinha perspectivas quanto a isso. “Já estava desanimada. Precisava de algo como o empreendedorismo individual para me dar esperança. Agora, não vou precisar mais trabalhar para ninguém. Vou manter meu comércio e reforma-lo daqui a alguns meses”, planeja.

Durante o cadastro, Luzineide também foi informada sobre o programa “Negócio a Negócio”. A estratégia dos agentes do Sebrae, em Juazeiro, está sendo agregar outros programas do órgão e firmar parcerias, como forma de incentivar os prestadores de serviço a se tornar empreendedores individuais. E vem dando certo.

“Oferecemos a cada autônomo a oportunidade de legalizarem seus serviços e contarem com uma consultoria gratuita do Sebrae, através do ‘Negócio a Negócio’. A aceitação está sendo muito boa. Também firmamos parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas do município, com objetivo de isentar os empreendedores individuais das taxas mais caras do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), possibilitando assim que os empreendedores possam consultar o serviço sem ter que pagar taxa de adesão ou mensalidade”, revelou Edirlan Sousa, técnico da Unidade de Atendimento Coletivo do Sebrae.

Normalmente, quem se cadastra no SPC paga uma taxa de adesão de R$ 150 e mensalidades de cerca de R$ 30. A parceria do Sebrae com a CDL/Juazeiro desconsidera essas taxas para os empreendedores individuais, que pagam apenas as consultas ao SPC, cada uma a R$ 0,88. As consultas ajudam o empreendedor a verificar se o cliente tem dívidas no comércio, com duplicatas, carnês ou até cheques sem fundo, por exemplo.

O serralheiro Enildo José Nunes também se tornou empreendedor individual. Há 15 anos, ele trabalhava com receio de se acidentar na oficina e não ter nenhum tipo de assistência, principalmente aposentadoria por invalidez. Dono da própria oficina, ele também queria legalizar o negócio. Mas, não sabia como. Ao receber a visita dos agentes do Sebrae, no mutirão do Empreendedor Individual, o serralheiro não demorou nem dez minutos para legalizar o serviço. “Vi que essa era a oportunidade que eu esperava”, revelou.

As lan houses também estão sendo cadastradas no programa Empreendedor Individual, com objetivo de auxiliar os prestadores de serviço que desejam se legalizar. Fabrício Ferreira da Silva, de 22 anos, dono de uma lan house, em Juazeiro, aproveitou para se cadastrar no programa, e recebeu as orientações necessárias para cadastrar outras pessoas. “Já conhecia o EI pelos meios de comunicação, mas achava que era difícil se cadastrar. Vi que eu estava errado!”, brinca.

Os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), mantidos pela Prefeitura de Juazeiro, também estão servindo de apoio ao programa. A parceria permite que os CRAS possam cadastrar os interessados em se tornar empreendedores individuais. Os funcionários foram capacitados a orientar e cadastrar os prestadores de serviço, que já começam a procurar os CRAS para se formalizar. Segundo dados do Sebrae, até agora, cerca de 850 autônomos já saíram da informalidade em Juazeiro.