Representantes do Instituto da Fruta repudiam reportagem do Globo Repórter

por Carlos Britto // 31 de março de 2011 às 16:34

O presidente e vice do Instituto da Fruta do Vale do São Francisco, respectivamente Ivan Pinto e Josival Santos Barbosa, não gostaram nem um pouco do teor de uma reportagem veiculada no último dia 25 de março pelo Globo Repórter, da TV Globo. O programa abordou um levantamento feito pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão do governo federal, o qual apontou a uva como o segundo produto que mais recebe agrotóxicos durante seu cultivo.

Em nota enviada à imprensa, representantes da entidade, a reportagem “foi manipulada e tendenciosa”, por não ter informado a fonte dos produtos analisados.

“As uvas analisadas, cujos resultados foram apresentados, poderiam ser importadas e é de conhecimento geral que muitas das uvas importadas utilizam produtos de uso proibido no Brasil e não há divulgação dessa irregularidade. As uvas também poderiam ter vindo de um produtor amador que não segue parâmetros técnicos e muito menos protocolos de produção, como o PIF Brasil e não procede registros de rastreabilidade da fruta, o que torna impossível saber-se se houve a aplicação de algum produto, qual produto, o porquê e a data da aplicação desse produto”, justificam.

Os dois também contestam o fato de a reportagem ter procurado valorizar os produtos orgânicos, que não levam defensivos agrícolas. “os produtos orgânicos podem não ter contaminação química, mas possuem contaminação biológica de toda sorte, sobretudo com coliformes fecais, fatos esses, não divulgados”, contesta a nota.

Por fim, os dois lamentam o conteúdo discriminatório da reportagem exibida pelo Globo Repórter.

“A reportagem, sem dúvida, produzirá uma imensa discriminação das uvas podendo repercutir, inclusive, nas exportações realizadas pelo Vale do São Francisco, lembrando que somente o Vale exporta uvas no Brasil. Essa discriminação com os produtores de uva e com o Vale do São Francisco tem que ser esclarecida e divulgada para toda a sociedade Brasileira e no exterior. A Anvisa promoveu um desserviço ao Brasil, discriminando o Nordeste e a fruticultura do Vale do São Francisco, corroborando para aumentar o desemprego e a miséria na nossa região. O erro cometido pela Anvisa em não divulgar a origem das uvas analisadas, citadas na matéria, não pode ficar impune”, fecha a nota. Os diretores do Instituto da Fruta enviaram a mesma nota aos parlamentares do Congresso, pedindo providências.

Representantes do Instituto da Fruta repudiam reportagem do Globo Repórter

  1. jorge disse:

    Creio que cabe ao instituto interpelar judicialmente… buscando inclusive reparos ! Se foi tendenciosa , está atendendo interesses outros que não os do vale….

  2. João José disse:

    Quem fez a reportagem, foi a Globo Recife? Se foi, não é novidade eles lá torcer contra Petrolina e o São Francisco.

  3. carlos augusto disse:

    A nota deixa dúvidas no levantamento feito pela Anvisa: a uva pode ser uma das culturas a ter a maior grade de produtos registrados para a sua defesa.Isso não é nehum demérito para os produtores de uva e sim um fato luvável, já que dispõem de várias alternativas no controle de pragas.Outro fato é a análise de resíduos. A Anvisa pesquisou a grade de produtos ou realizou análises? Os produtores do Vale exportam para praticamente todo o mundo, e suas frutas são constantemente analisadas e aceitas. O que se deve ter em conta é o respeito ao período de carência dos produtos. E isso é regra nas empresas do Vale.

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