Recebendo diariamente uma demanda muita acima de sua capacidade, o Hospital Universitário (HU)-Univasf não está longe de um possível colapso. A previsão preocupante foi feita ao Blog pelo representante do Conuni da Univasf, Omar Torres (‘Babá’).
De acordo com Babá, enquanto Petrolina cresce em ritmo vertiginoso, a rede de saúde mantém-se estagnada. Ele lembrou que a quantidade de leitos do HU-Univasf permanece a mesma desde sua inauguração, em 2008 – quando ainda se chamava Hospital de Urgências e Traumas (HUT).
À época, a principal cidade do Sertão pernambucano tinha pouco mais de 200 mil habitantes. Atualmente, superou os 400 mil, e com um agravante: a partir da implantação da Rede PEBA (Pernambuco-Bahia), Petrolina passou a receber pacientes de 53 municípios, mantendo a mesma estrutura de 17 anos atrás.
Nesse contexto, outro sério problema contribui para sobrecarregar a rede de saúde local: o número alarmante de acidentes terrestres, sobretudo de moto. Um relatório mais recente sobre esses dados em Pernambuco mostra que somente o HU-Univasf atendeu 10.415 pacientes vítimas de acidentes. Destes, 7.500 foram de moto. Entre essas vítimas, 76% eram homens com idades entre 20 e 29 anos; 33% não tinham habilitação; e 22,9% não usavam capacete. Quanto a carros, 38% das vítimas não usavam cinto de segurança; 20% trafegavam acima da velocidade permitida; e 2% estavam sob efeito de álcool. “Isso mostra claramente que a preocupação com a solução dos problemas extrapola os atendimentos hospitalares, indicando uma presença maior do Estado, na forma de regulação do uso de veículos”, frisou.
Babá destacou ainda que esses números afetam, inclusive, o comprometimento do HU-Univasf em sua essência atual, que é de formar profissionais em especialidades distintas. Porém, como mais de 75% dos atendimentos está relacionado à ortopedia, em virtude das vítimas de acidentes, outras áreas ficam prejudicadas.
“Se é um hospital-escola, que oferece residência médica, mas a maioria desse esforço é voltada à ortopedia, não está dando oportunidade desses futuros médicos ampliarem seu aprendizado com todas as especialidades. Hoje, grande parte dos pacientes de cardiologia, por exemplo, são regulados para municípios até menores do que Petrolina, como Remanso (BA), Salgueiro (PE), Serra Talhada (PE), que recebem demandas que poderiam ser atendidas pelo Hospital Universitário se ele tivesse condições de atender toda a demanda”, pontuou.
Parceria
Nos últimos dias, o HU-Univasf estava com 191% de sua ocupação, ou seja, a unidade tem 150 leitos disponíveis e havia quase 300 pacientes aguardando atendimento. Babá enaltece o trabalho do atual gestor, Julianeli Tolentino, e de toda sua equipe, quem buscado os investimentos necessários para manter a unidade médica a contento, inclusive adquirindo equipamentos de ponta. Mas ele acredita que esse cenário só será revertido por meio de uma parceria tripartite (município-Estado-União), o que vem ocorrendo.
Babá lembra que Petrolina tem apenas serviços ambulatoriais, a exemplo da UPA e do Hospital Municipal. Além disso, o Hospital Dom Malan (HDM) é específico para mulheres e crianças. Por isso ele acredita que a implantação de um hospital regional na cidade ajudaria a desafogar o HU-Univasf e o próprio Regional de Juazeiro (BA), o HRJ. Enquanto ações desse tipo não saírem do papel, o representante do Conuni vê com muita apreensão o futuro da saúde pública na Capital do São Francisco.



Não entendo a posição dos gestores da administração Federal, essa tal rede PEBA não funciona, séria (PE/BA), vem pacientes até de outros estados. Essa rede PEBA, causa uma superlotação. Prefeitos deveriam assumir pacientes de suas próprias cidades, simplesmente são omissos e, descartam pacientes para o Traumas, como escape. Com a superlotação e por ser um hospital UNIVERSITÁRIO, desvia da finalidade principal o ensino, nem atende necessidades população local. É preciso o governo rever isso, antes que entre em colapso.
A população de Petrolina-PE precisa de um hospital geral, a cidade atrai muita gente ano apos ano, mas não atrai investimento publico para um novo hospital.
Tem que ter outro hospital em Petrolina uma cidade de 400 mil fica só o hospital da Univasf atendendo e pouco