Recategorização do RSV Tatu-Bola no Sertão gera carta de repúdio à Secretaria do Meio Ambiente

por Carlos Britto // 26 de novembro de 2015 às 09:31

Foto: reprodução

tatu-bola-AcervoAssociacaoCPesquisadores ligados ao projeto de criação da unidade de conservação de Proteção Integral, o Refúgio de Vida Silvestre Tatu-Bola (RSV) no Sertão Pernambuco, assinaram uma carta de repúdio à Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) após decisão de recategorizar a área de proteção depois de seis meses de sua criação. A medida foi tomada em uma reunião do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) em setembro deste ano. O projeto será enviado ao governador Paulo Câmara (PSB), para que um Projeto de Lei seja enviado à Assembleia Legislativa (Alepe).

Em um dos trechos da carta os pesquisadores, que são docentes das universidades Federal de Pernambuco (UFPE), Federal da Paraiba (UFPB), Vale do São Francisco (Univasf) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), explicam um dos motivos que os levaram a assinarem o documento de repúdio.

O rebaixamento da categoria de proteção do RVS Tatu-Bola à APA (Área de Proteção Ambiental). Uma APA só se justifica em regiões densamente povoadas com diferentes tipos de uso de solo e é a última alternativa de proteção para áreas com recursos naturais importantes mas impossíveis na prática de serem protegidos de maneira mais forte. A área do RVS Tatu-Bola é justamente o contrário disso e possui todos os atributos para uma área de proteção integral (baixíssima densidade populacional, poucas estradas e solos inférteis para a agricultura). A Caatinga é o ecossistema menos protegido do Brasil com apenas 1% de sua área sob proteção integral. O RVS Tatu-Bola eleva significativamente essa proporção e resguarda uma zona importantíssima de Caatinga pura e bem conservada.

O projeto de preservação foi oficializado em março deste ano e abrange três municípios do sertão do Estado, entre eles Petrolina. O refúgio, que tem por objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies como o Tatu-Bola, tem uma área de cerca de 110 mil hectares. (fonte/Ne10)

Recategorização do RSV Tatu-Bola no Sertão gera carta de repúdio à Secretaria do Meio Ambiente

  1. Welton disse:

    Bando de hipócritas esses que repudiam tal ato! Sabemos da necessidade da preservação ambiental, no entanto retirar as famílias da zona rural impedindo-as de praticar sua agricultura de subsistência é extremamente radical, é necessário sim que haja uma maior conscientização da população na área para cuidar ainda melhor do nosso bioma, no entanto essas pessoas são em sua grande maioria pequenos agricultores, com pequenos pedaços de terra e que produzem apenas o necessário para seu sustento. Retirar essas pessoas de lá só iria piorar o caos social urbano gerado da marginalização social feita pelo sistema atual vigente, muitas dessas pessoas não sabem fazer outra coisa senão trabalhar na sua roça e retirando isso delas, obrigariam elas a vir para a cidade e provavelmente viver na miséria, pois não encontrariam empregos.

    Eles deveriam está preocupados com aqueles que jogam esgoto sem nenhum tratamento no nosso rio, ou mesmo aqueles que constroem suas chácaras na beira do rio destruindo sua mata ciliar! Até mesmo com o agronegócio que destrói toda a caatinga para poder produzir e ainda se utiliza de agrotóxicos para não perder sua produção!

    O que não pode é aqueles que mais cuidam do meio em que vive serem prejudicados porque os grandes latifundiários acabaram com a nossa Caatinga!

    A APA (Área de Preservação Ambiental) é a melhor forma para preservar nosso meio ambiente, pois os agricultores poderão continuar produzindo e preservando o meio em que vive! Diferente dos nossos projetos de irrigação que não reservaram área de caatinga nenhuma, enriquecem destruindo a nossa caatinga e ainda diz que o agronegócio é algo bom pois desenvolveu a região!

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