A promessa de um Pernambuco novo, feita pela governadora Raquel Lyra, fez o radialista de Afrânio, no Sertão do São Francisco, Geraldo Silva, apelar para a sensibilidade feminina, já que agora o Estado contará com o comando de duas mulheres na adminstração, para a questão do abastecimento d’água no município.

Confiram a carta aberta divulgado pelo comunicador:

Carta aberta à govenadora de Pernambuco, Raquel Lyra

Eu, radialista Geraldo Silva, mais conhecido como GSilva, ouvi da boca da então candidata Raquel Lyra quando, a entrevistei no pátio da feira de animais aqui em Afrânio, numa quarta-feira, que a questão do mau serviço de abastecimento de água pela estatal era fruto da inércia do agora ex-governador Paulo Câmara e que, portanto, se os pernambucanos a credenciasse para chegar ao Palácio do Campo das Princesas ela iria governar para todo o estado de Pernambuco. Ou seja, iria tratar com o mesmo respeito as demandas do Interior e da Capital.

Baseando-me nos relatos diários da população afraniense em meu programa de enorme audiência em toda região, intitulado de O POVO FALA, na rádio Rio Pontal FM, uns chorando por não saber como cuidar de suas crianças especiais e de seus velhinhos acamados e outros indignados e literalmente revoltados com a falta de água constante, em alguns períodos do ano, chegando os usuários inclusive a ficarem até mesmo 3 meses sem uma gota d`água nas torneiras, e pior. Sendo arbitrariamente forçados pela Compesa a efetuarem o pagamento tarifário sob pena de ficarem com seus nomes sujos como inadimplentes junto ao SPC e SERASA, caso deixem de pagar as contas daquilo que não usufruem, ao me lembrar da firmeza de caráter de vossa excelência afirmando que iria olhar com olhar humano para nós, do interior, resolvi então, como um simples e pacato cidadão, formador de opinião que sou, apelar para a sensibilidade feminina, já que Pernambuco durante os próximos 4 anos estará sob o comando de duas mulheres.

Sei que diante da realidade atual, onde notoriamente só têm vez e voz os colarinhos brancos e bacanas do poder, eu que me considero apenas um pingo d`água no meio do oceano, digo, um sonhador solitário na estrada da esperança por dias melhores, certamente poderei até me tornar motivo de escárnio e zombaria diante dos olhares exaltados e poderosos daqueles que adoram olhar para os menos favorecidos, assim como eu e a maior parte do nosso povo, de cima para baixo, com ares críticos.

Contudo, a necessidade extrema diante de um quadro político até então extremamente desumano e hipócrita, me obriga como um pai de família honesto, que vivo e sustento minha família com meu salário de radialista, dirigir-me às senhoras Raquel e Priscila, governadora e vice, filhas dos ex-governadores João Lira e Gustavo Krause, em carta aberta, pedir socorro à autoridade maior de Pernambuco em relação ao tratamento desigual por parte da COMPESA, órgão público e agora comandado pelo Estado que as senhoras governam.

Senhora Raquel Lira e D. Priscila Krause, governadora e vice do meu Estado, estou em nome de uma população revoltada, angustiada e desacreditada nas administrações masculinas que as antecederam, apelando para vossas excelências, que são mulheres, se sensibilizarem com a situação de nossas mães, esposas e filhas, mulheres assim como as senhoras, guerreiras e polivalentes que inúmeras vezes têm que apelar para o céu na esperança de cair umas gotinhas do alto para, pelo menos, fazer a higiene da casa e cozinhar o feijão que alimenta a família, se compadecerem de íntima compaixão por nós, que também somos humanos.

Aproveito para declarar em público que me tornei fã do seu discurso de combate à fome, que vergonhosamente num Estado tão promissor como o nosso, ainda assola vários irmãos pernambucanos. Entretanto, quero também sentir orgulho de poder dizer aos meus ouvintes que nosso Pernambuco agora tem uma governadora que verdadeiramente se sensibilizou com a nossa lastimosa situação, incluindo como prioridade na sua meta de governo o combate à sede da nossa gente, que está distante da Capital sim, mas dentro de Pernambuco, porém com lábios, mãos e pés secos, desidratados pela falta do líquido precioso ofertado gratuitamente por Deus para todos os seres vivos.

Mas aqui em nossa terra usufruído de maneira desigual por quem tem muito para comprar até mesmo água mineral para o banho e por quem não tem absolutamente nada para comprar pelo menos água de barreiros misturada com xixi de animal para o básico necessário.

Doutora Raquel, não suportamos mais essa situação desrespeitosa e ultrajante na qual estamos vivendo há anos. Pois pior do que não receber água nas torneiras e sermos tratados de forma desumana em pleno 2023, é sermos vítimas da arbitrariedade de um Estado que tem uma das maiores cargas tributárias do país, nos impondo como se estivéssemos numa ditadura a pagar por um bem do qual não usufruímos. E pasmem: esse bem chama-se ÁGUA. SOS água, governadora Raquel, socorro! Afrânio, a terra do doce está ficando azeda de sede.

O Renato Russo perguntou: Que país é esse?

Eu, em nome dos meus ouvintes, homens e mulheres de bem de Afrânio, pergunto: Que Estado é esse? Que política pública é essa?

Geraldo Silva/Radialista