Produtores de perímetros irrigados em Juazeiro e Petrolina se unem contra reajuste de 400% no uso da água

por Carlos Britto // 10 de julho de 2019 às 14:58

Foto: divulgação

Representantes de 3.772 produtores rurais de sete perímetros públicos irrigados de Juazeiro e Petrolina, no Vale do São Francisco, se reuniram na tarde desta terça-feira (9) para reclamar de um reajuste médio de 400% no valor da outorga d’água cobrada pela Agência Nacional de Águas (ANA).

Durante o encontro, realizado na sede da 6ª Superintendência Regional (SR) da Codevasf, em Juazeiro (BA), os gerentes executivos e advogados dos perímetros Tourão, Maniçoba, Mandacaru, Curaçá I e II, no lado baiano, e Senador Nilo Coelho e Bebedouro, em Petrolina (PE), analisaram a nova metodologia de cobrança, revelando que o aumento é abusivo e pode comprometer a produção agrícola da região.

Somente para se ter uma ideia da gravidade deste reajuste, os 279 produtores do projeto Tourão pagaram no ano passado o valor de R$ 290 mil. Com a mudança a ANA aumentou a outorga para R$ 2,2 milhões, com vencimento para o dia 31 deste mês”, reclamou o gerente-executivo do perímetro, Walter Farias. Ele salientou ainda que se o impasse não for resolvido, o aumento também terá que ser absorvido e pago por toda a população que vive e utiliza a água dos projetos agrícolas. O Tourão é considerado o maior de Juazeiro, ocupando uma área de 15.300 hectares.

Lembrando que o aumento é referendado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), o gerente-executivo do maior projeto de Petrolina, o perímetro irrigado Senador Nilo Coelho, Paulo Sales, também não poupou críticas à nova metodologia. “Não fazemos ideia dos valores utilizados como base para o cálculo desta cobrança. Isto significa um custo a mais na cadeia de produção que não traz qualquer benefício direto para a agricultura irrigada regional”, pontuou o gestor do projeto que reúne hoje 2.329 produtores rurais numa área de 22. 500 hectares.

Preocupação

Para o superintendente da 6ª SR da Codevasf, Elmo Nascimento, a situação é muito preocupante e exige um envolvimento maior da entidade na esfera regional e nacional. “Encaminharemos a discussão para a direção da Codevasf, em Brasília (DF), visando a uma participação efetiva na resolução desta situação bastante delicada, tendo em vista que envolve o segmento que mais gera empregos e renda no Vale do São Francisco”, avaliou.

Também reclamaram do aumento os representantes do Perímetro Maniçoba (625 produtores em 8.600 hectares), Mandacaru (88 produtores em 700 hectares), Curaçá I (127 produtores em 2.974 hectares) e Curaçá II (139 produtores em 777 hectares), na Bahia, e do Bebedouro (185 produtores em 1.800 hectares), em Petrolina. (Fonte: CLAS Comunicação)

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