Dois dias após a denúncia no guia eleitoral do candidato ao Senado oposicionista Raul Jungmann (PPS), o prefeito de Trindade, município do Sertão do Araripe, Gerôncio Figueiredo (PT), acusou, na última sexta-feira, o pós-comunista de ter montado uma fraude com a acusação e imagens de abandono do Centro de Vocação Tecnológica Miguel Arraes, naquele município. Na última quarta-feira (08), o Expresso 232 – nome do guia de Jungmann – apresentou o CVT de Trindade, construído pelo governo federal há quatro anos, fechado, em ruínas e com material didático estocado em meio a equipamentos quebrados. Situação semelhante foi mostrada sobre o CVT de Cabrobó.

O prefeito Gerôncio Figueiredo afirmou que Jungmann e sua equipe de TV apenas filmaram a fachada do CVT de Trindade, contornaram o prédio e filmaram a parte interna de um “depósito velho” da Prefeitura que fica por trás do centro, onde estariam acumulados carteiras escolares quebradas, ornamentações do Carnaval e material de uma empresa que presta serviços ao município. “É um depósito antigo. Os livros são da Escola (municipal) Oswaldo Cruz, que apresentou um vazamento após chuvas, mas já mandei apurar tudo”, afirmou o prefeito, sem saber informar, porém, desde quando o material didático encontra-se no local.

O candidato ao Senado da coligação Pernambuco pode Mais rechaçou a contestação do prefeito petista, reafirmando que as imagens e a acusação são verdadeiras e estão sendo entregues ao Ministério Público Federal (MPF). “O azar dele é que filmamos a parte da frente e o interior através das vidraças quebradas. O vigia nos disse que o local tá fechado. O galpão da Prefeitura é perto do CVT e está cheio de sacos. O CVT não está funcionando, e nós filmamos pelas janelas. Tudo vai para o MPF. Ele (o prefeito) vai ter que dizer onde colocou o dinheiro de nossos impostos”, respondeu o pós-comunista.

O prefeito petista definiu, por sua vez, a acusação como uma “demonstração de desespero da oposição”, e assegurou que “não tem mais de 20 livros” no galpão. “Estão desesperados com a derrota iminente. O CVT não está funcionando porque o Ministério da Agricultura exigiu uma adequação do local. A AD/Diper já liberou R$ 280 mil para isso. Já sofremos a fiscalização do TCE e da Corregedoria-Geral da União e nada foi encontrado de irregular”, destacou Gerôncio.