Nos últimos anos o Ministério da Saúde começou a promover campanhas educativas chamando a atenção para a saúde do homem. Preocupados com os dados identificados no município de Petrolina em relação a essa problemática, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) discute a situação e começou a definir a implantação da política de saúde do homem na cidade. Para começar os trabalhos, inicialmente foi feita uma avaliação da situação do homem, identificando as causas de mortalidade, os fatores de risco, as morbidades mais freqüentes, como estão tendo acesso aos serviços de saúde e quais as estratégias imediatas que devem ser tomadas.

De acordo com o levantamento realizado, os homens não procuram as Unidades Primárias de Saúde (UPS) por causa de barreiras socioculturais e institucionais, por medo de descobrir doenças, porque acham que nunca vão adoecer e por isso não se cuidam e consequentemente não seguem o tratamento recomendado, quando precisam de assistência, assumindo assim comportamentos poucos saudáveis. Um dos fatos que também preocupam é de que o sexo masculino está mais exposto a acidentes de trânsito e de trabalho, utilizam alcool e outras drogas em maior quantidade, estão envolvidos na maioria das situações de violência e não praticam atividades físicas regularmente.

Os profissionais de saúde serão qualificados e sensibilizados para a interação com essa parcela da população e serão construídas parcerias com a sociedade para promover a saúde do homem. Já os espaços das UPS também devem ser repensados, já que hoje em dia é comum associar estes locais a um lugar predominantemente feminino e por isso deve ser transformado.

Dados do Data SUS, que mostram a frequência de óbitos entre os anos de 2006 e 2009 em Petrolina, apontam que em primeiro lugar foram registrados 808 óbitos por causas externas, o que envolve agressões, suicídio, exposição a corrente elétrica, afogamento, exposição a forças, quedas, acidentes de transporte e trabalho, entre outras causas que não são identificadas. Em segundo lugar aparecem as doenças do aparelho circulatório, com 583 mortes. Segundo o Ministério da Saúde os homens vivem em média 7,6 anos a menos do que as mulheres e a cada cinco pessoas que morrem de 20 a 30 anos, quatro são homens.