Poeta Maviael Melo comemora, em forma de poesia, sucesso do primeiro “É du… Cordel”

por Carlos Britto // 19 de março de 2013 às 21:36

Maviael Melo_305x400O 1º Encontro de Educação e Cordel de Petrolina (É du… Cordel) terminou na última quinta-feira (14), mas a coordenação ainda comemora o sucesso do evento. E como não poderia ser diferente, Maviael Melo, poeta e coordenador da iniciativa, usou a rima e a brincadeira da poesia para fazer um balanço do encontro.

Em e-mail enviado à imprensa, Maviael faz um breve resumo do que aconteceu durante quase dez dias do evento e agradece o apoio dos parceiros que tornaram a iniciativa possível.

Confiram:

“Desde o último dia 05, com a primeira turma de alunos da Escola estadual Poeta Jesuino Antonio D’Ávila, no bairro João de Deus, o 1º Encontro de Educação e Cordel de Petrolina (É du… Cordel) já se mostrou viável. Acanhados pelo desconhecido, os alunos da oficina, desviavam das prosas e se escondiam, mas aos poucos as produções fluíram, o contato com a métrica e com a rima, a proximidade da primeira com o seu falar habitual, as lembranças das brincadeiras de rimas, natural da região, afinal Cordel rima com Céu, e um céu de possibilidades se abre nas conversas na sala. E no desenrolar dos versos entram temas: sociedade, sexualidade, drogas, violência, igualdade e cidadania, etc… Surgem as primeiras sextilhas:

Assim começo a história

Da nossa humanidade

Mexendo com raciocínios

Da nossa sociedade

Nós não queremos calar

Queremos a igualdade

Se é a gente que traça

Pois nós somos sociais

Sem a galera do gueto

Fazendo coisas banais

Não falamos de ninguém

Pois somos todos iguais

Os versos são de autoria dos alunos do 2º ano C. Nas outras oficinas, versos diversos fluíram e viraram livro, virarão. Mais de 300 alunos e cerca de 40 educadores participaram das oficinas, muitas sextilhas, distintos relatos.

A exposição de xilogravuras “Os Sertões de Euclides da Cunha”, do artista plástico Gabriel Arcanjo, deu o traço visual do encontro. Aberta no dia 13 fica em exposição até o dia 31 de março no Sesc Petrolina e ilustrará o livro de cordel produzido nas oficinas. Depois de oito dias de oficinas, o encontro reúne cantadores, num ambiente preparado para receber um público eclético e ansioso por escutar versos e canções.

O poeta Chico Pedrosa abre a noite do dia 13 com versos de emocionar e rir, o cantador Marcone Melo solta a harmonia e abre caminho para o violeiro Celo Costa que convida o público a cantarolar para receber um mestre das cantorias, Eugenio Avelino, Xangai, que nas estampas das cordas canta e encanta. E num cenário propício, a luz dá a cor da noite, cor de paz. No dia 14 um bate papo cordial, professores, alunos, jornalistas, poetas, e gente de outras atividades, se perguntaram e posicionaram as ideias sobre educação, cordel e cidadania, qual a importância dele na sala de aula, qual o papel enquanto instrumento de mudança? Já que elas estão aí acompanhando o tempo, como construir um novo Cenário? Cosme Santos, Josemar Pinzoh, Genivaldo Nascimento e Socorro Lacerda, conduziram a conversa entre risos e poesias, opiniões e sugestões de outros movimentos na educação e na cidadania.

E um novo cenário foi criado para o segundo dia de cantoria, afinal era o dia do poeta, e a poesia veio em versos com Chico Pedrosa abrindo a noite comemorando o seu aniversário. Com um sereno de risos, o poeta juazeirense, João Sereno, solta melodiosamente suas canções. Maviael Melo continua, levando ao palco canções autorais e versos de amigos, canta com o povo a saudade do Rei e afirma que tudo tem sua vez, quando chega a vez. Aldy Carvalho, petrolinense paulista, mostra a cantoria na sua forma peculiar de cantador e puxando o trem convida Maciel Melo, que caboclo e sonhador realiza, relendo sucessos dos seus 30 anos de carreira, cativa e mostra porque Petrolina tem orgulho de ser rainha do Sertão. ‘És rainha na vida de um moleque traquino, trovador de travessuras….’ recebendo como convidado Xangai, e o ‘auxilio luxuoso’ de João Sereno, finda a primeira edição do encontro com a canção Rainha, que faz parte da trilha sonora da nova novela das seis: Flor do Caribe.

Fazer um balanço de tantos dias assim é poder dizer da felicidade de saber que o espaço existe, sempre existiu, é querer ocupar, falar da nossa gente, das nossas coisas, é querer poder escolher, ficou pequeno o espaço. E pequeno seria o encontro se não fosse o acreditar em realizar do departamento de cultura do Sesc Petrolina, que abriu as portas para o projeto e realiza com presteza a cultura da região, da Gerência Regional de Ensino (GRE), proporcionando o contato das oficinas com escolas estaduais e com professores, da escola Vivência, da Claudete Alimentos, do Sindsemp e da Clas Comunicação & Marketing, que muito bem espalhou o alarido do que aconteceria e foi acontecendo desde o dia 5 até o dia 14.

Fazer um balanço é prudente, como é prudente também sonhar. O encontrou aconteceu, contemplado pelo Ministério da Cultura, no edital de Micro Projetos do São Francisco, uniu forças com os parceiros citados e se fez real. O Aconchego dos versos e das canções, o sentimento colocado por cada pessoa em cada oficina, o brilho das xilogravuras, o desejo de falar e ouvir no bate papo e a participação dos cantadores todos, deixa o gosto de querer outro, pois o encontro foi exitoso. Foi du… Cordel!”

Maviael Melo/ Coordenador do encontro

Poeta Maviael Melo comemora, em forma de poesia, sucesso do primeiro “É du… Cordel”

  1. Tadeu Gomes disse:

    Carlos, por que não postar algo de Otoniel Gondim e sua peça teatral? Conversando comigo, ele ficaria muito grato. É possível?

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