Até o fim do ano, o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, pode sofrer um golpe pesado. A Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), parceira do governo federal na manutenção da unidade, prepara-se para fechar as portas. Em 2014, seus cofres receberam apenas R$ 860 mil, verba insuficiente para zelar pela infraestrutura que sustenta o acesso e a pesquisa em mais de mil grutas rupestres, dispersas por 130 mil hectares no interior do Piauí. Nem o estatus de Patrimônio Cultural da Humanidade assegurou a entrada de recursos. Se a penúria significar uma ameaça às cavernas pré-históricas, o título atual poderia mudar para “patrimônio em perigo”.
Pouco tempo atrás, a equipe de Niède Guidon, de 82 anos, que preside a fundação, contava com 270 funcionários. Hoje, são 50. Segundo a arqueóloga, a demissão dos empregados remanescentes implicaria no pagamento de indenizações. Para isso, seria necessário encerrar as atividades até dezembro.
No trajeto entre as grutas históricas, há somente um carro da fundação e outro do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) — que, segundo Niède, às vezes precisa de gasolina emprestada. Das 28 guaritas, apenas 12 estão abertas, sendo que oito não têm vigias à noite.
A pena de morte, segundo Niède, foi o êxodo de recursos de compensação ambiental. Poucos anos atrás, eles eram destinados diretamente pelas empresas à fundação. Agora, devem ser levados para o governo federal, que os distribui entre as unidades. A Petrobras, patrocinadora do patrimônio, também provoca insatisfação. De acordo com a coordenadoria de projetos da Fumdham, a empresa comprometeu-se a enviar R$ 1,2 milhão em 2014, mas apenas R$ 400 mil subiram a Serra. Procurada pelo jornal O Globo, a Petrobras declarou que o contrato é de R$ 1,14 milhão, e que as demais parcelas estão sendo pagas este ano. Entre 1999 e 2014, acrescenta, o valor destinado à Fumdham soma R$ 13,6 milhões.
“Sozinho, o governo federal não tem condições de sustentar o parque”, lamenta Niède”, dizendo: “Consultamos empresas internacionais que mostraram como um Patrimônio da Humanidade pode receber até cinco milhões de turistas por ano. Mas só 25 mil chegam aqui, porque o aeroporto mais próximo está a 350 quilômetros de distância. O parque deveria contribuir para o desenvolvimento econômico da região, trazendo hotéis, restaurantes, empregados para o setor de conservação, mas nada disso aconteceu.”
Aeroporto
O governo do Piauí também tem sua parcela de culpa, segundo a arqueóloga. Idealizado no fim da década de 1990 para incrementar o turismo no Patrimônio da Humanidade, o Aeroporto Internacional da Serra da Capivara ainda não foi inaugurado. A obra tem uma página oficial no Facebook, que chegou a anunciar a inauguração para março de 2014. Agora, a nova data é agosto.
Na Unesco, a situação crítica do parque também provoca preocupação. A situação atual pode provocar a vinda de uma equipe de monitoramento internacional da Unesco, que listará recomendações para o governo, e o prazo em que elas devem ser cumpridas. Se não conseguir, trata-se do primeiro passo para que o parque perca o título de Patrimônio da Humanidade. Embora sofra com condições precárias, o parque continua encantando turistas e pesquisadores. (fonte: Jornal O Globo/foto: Alcide Filho)
Vão chorar pra Dilma e os corruPTos Lula, Zé Dirceu e o resto da quadrilha. Façam uma cotinha com quem votou no PT.
Fechar? Duvido… Sinto cheiro de política no ar…
País pobre de cultura é assim. Quem conhece o parque sabe o espetacular trabalho que a arqueóloga Niede faz.
É muito fácil para descobrir qualquer importa em líquido comparado a livros didáticos,
como eu encontrei este post isto página web.