Pane seca pode ter provocado tragédia no voo da Chapecoense

por Carlos Britto // 29 de novembro de 2016 às 18:06

avião chapecoense

Ainda não há nenhuma informação oficial do que fez cair o avião que levava a Chapecoense até Medellín, mas uma das suspeitas começa a ganhar muita força na Colômbia. Segundo vários veículos locais, uma outra aeronave foi colocada na frente em uma lista de prioridade de pouso, o que obrigou o veículo que transportava o clube brasileiro a fazer voltas e esperar. Isso teria acabado com o combustível disponível e ocasionado a queda.

Segundo divulgadas nas maiores redes de notícias colombinas (como a emissora RCN, a Rádio Caracol e os jornais O Tiempo e El Espectador), duas aeronaves apresentaram problemas. A que levava a Chapecoense teve falhas elétricas quando estava a apenas 50 quilômetros do aeroporto de Antióquia e pediu prioridade de pouso. Ao mesmo tempo, porém, um voo da companhia Viva Colômbia solicitou emergência por problemas técnicos.

Na aeronáutica, o nível de emergência se sobrepõe ao de prioridade, o que fez com que o voo da Viva Colômbia tivesse preferência na aterrissagem. Esse voo havia saído de Bogotá e tinha San Andrés como destino, mas havia desistido da rota e fazia o retorno em busca de um aeroporto.

Como não teve o pouso autorizado, o avião da Chapecoense teve que fazer dois círculos no ar. Isso teria feito com que a aeronave rodasse mais quilômetros do que podia e acabou com o combustível da aeronave.

Há alguns indícios de que isso pode ser verdade. O principal deles é de que o avião não explodiu ao se chocar. Se ele tivesse combustível nos tanques, isso seria inevitável.

Os mapas dos voos também confirmam a história. O voo FC8170 sai de Bogotá rumo a San Andrés, mas desiste da viagem no meio do caminho e volta rumo a Bogotá. Por volta das 21h43, no horário local, ele ruma para o Aeroporto em Rionegro. A aterrisagem acontece às 21h52.

O horário de 21h43 bate exatamente com o momento em que o voo da Chapecoense, de número CP 2933, começa a voar em círculos. Foram duas voltas, de cinco minutos cada, antes que o avião sumisse do mapa e se chocasse.

A única outra possibilidade cogitada até agora é que a própria falha elétrica tivesse causado a queda do avião. Nesse caso, o próprio piloto teria decidido fazer círculos para queimar combustível e impedir justamente que houvesse uma explosão em caso de queda.

Caixas-pretas

Por enquanto, porém, nada disso é oficial. As autoridades colombianas já estão em posse das caixas-pretas da aeronave, mas pedem calma e respeito com a investigação. “Sim, já foram encontradas as caixas-pretas. E elas não têm nenhuma perda. Vamos saber tudo que se passou. Vou pedir um pouco de respeito à investigação. Com a caixa-preta não vamos perder nada. Qualquer coisa que falarmos agora será especulação. Os técnicos e especialistas já estão fazendo análises. Deem um tempo à investigação“, disse Jorge Eduardo Rojas, Ministro dos Transportes do país.

Mais cedo, Mario Pacheco, o porta-voz da empresa LaMia, que era a responsável pelo voo da Chapecoense, disse que a aeronave tinha entre 10 e 15 anos de existência e garantiu que ela estava em perfeitas condições, tendo sido aprovada em todos os testes realizados. Ele ainda admite que o avião teria autonomia de voo entre 4h e 5h. Da decolagem ao momento em que some dos radares, a aeronave ficou 4h40 no ar. (fonte: ESPN/foto reprodução)

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