Pelo segundo ano consecutivo, as duas mais importantes cidades do Vale do São Francisco – Petrolina, em Pernambuco, e Juazeiro, na Bahia – se engajaram levaram às ruas um número razoável de cidadãos no Dia Nacional de Mobilização em Defesa do Rio São Francisco, realizado na última quarta-feira (3).

É muito bacana ver o grau de conscientização de alguns petrolinenses e juazeirenses acerca do sério problema que atinge o Velho Chico. Mas certamente o pessoal do Comitê Hidrográfico da Bacia do São Francisco (CHNSF), que organiza o movimento, ainda espera muito mais. Até porque, como o Blog já postou mais cedo, o nível do Lago de Sobradinho (BA) deve piorar ainda mais.

A impressão que se tem é que, mesmo com a participação de representantes de vários segmentos nos atos públicos, a maioria das pessoas parece acreditar que o problema do rio é algo distante delas, que Deus resolverá em breve a situação mandando chuvas, e coisa e tal. Quando na verdade deveriam estar nas ruas, clamando por ações dos nossos governantes. Esses sim, que deveriam abrir os olhos quando o alerta já tinha sido dado, e até hoje continuam sem fazer nada.

Não adianta o ladrão entrar na residência, roubar quase tudo de dentro e só depois o dono da residência colocar cadeado no portão. É o que está acontecendo ao Velho Chico.

A mobilização do meio da semana lembra um pouco a velha fábula do beija-flor, tentando apagar um grande incêndio na floresta. Evidente que só ele jamais apagaria o fogo, mas o beija-flor orgulhou-se por fazer sua parte. Quem foi às ruas de Petrolina e Juazeiro defender o rio, tem todo direito de se sentir um beija-flor. O restante deveria vestir era a carapuça da vergonha.