O Museu Nacional e o incêndio que queimou a alma de um povo

por Carlos Britto // 03 de setembro de 2018 às 12:00

Foto: TV Globo/reprodução

O país assistiu perplexo, na noite de ontem (2), a um dos seus maiores patrimônios ser destruído por um incêndio de grandes proporções. O Museu Histórico Nacional foi consumido impiedosamente pelas chamas, que levaram com elas grande parte de arquivos preciosos e de valor inestimável para a memória do Brasil.

O prédio já abrigou a Família Real, quando da sua vinda em 1808. Lá se encontrava também um acervo vasto dessa época – de Dom João VI a Dom Pedro II.

Todos nós aprendemos, de pequenos, que o passado de um país ajuda a construir seu presente e a planejar seu futuro. Mas infelizmente não era isso que o Museu Nacional representava para o Brasil.

Praticamente abandonado, esse equipamento sofria com sucessivos cortes de recursos públicos para sua manutenção. Algo inimaginável em qualquer país civilizado, que valoriza a história de sua gente.

A Polícia Civil deverá investigar a hipótese de o incêndio ter sido criminoso. Pode até ter sido, mesmo. Mas o maior crime não é esse. Crime, de fato, é simplesmente deixar um equipamento público como o Museu Nacional ser relegado às traças, apagando uma memória da qual todos deveriam conhecer. Ou ter conhecido.

O Museu Nacional e o incêndio que queimou a alma de um povo

  1. Gomes disse:

    Para vc ter ideia de como nossos políticos se importam com a história de sua gente, Carlos, como eles são conhecedores do real sentindo daquele Museu o último presidente a visitar o mesmo foi Juscelino Kubitschek. Que vergonha para o nosso Brasil! Em quem nossos jovens vão se espelhar em conhecer a história de seu País? Como vamos mudar a educação de um País sem conhecer seu passado,resultado do saeb está aí mostrando que diminuiu o rendimento. Precisamos saber que existiu um tempo justamente na época da família real, fundadora do museu, que a educação era para uma minoria da elite, que nossa região era esquecida de tudo. Hoje temos muitas oportunidades na educação, muitas vagas muitas leis que asseguram esse direito, e o que está acontecendo as pessoas não conhecem sua história? Para passar a seus filhos e que nossa geração é esses que estão
    nas escolas. A História a meu entender é tão importante como a matemática e português e não se incentiva conhecer ela. Será por que? Uma perde irreparável!

  2. Sanfranciscano disse:

    O museu do Rio tinha a velha mania de surrupiar o patrimônio de outros lugares do Brasil afora, a exemplo do meteorito da Bahia e o fóssil de Lucy de Minas Gerais. Isso se chama colonialismo interno!

  3. Defensor da Liberdade disse:

    A UFRJ, instituição responsável pelo museu, era dirigida por psolistas, não preciso dizer mais nada né?

  4. Billy Martins disse:

    Lamentável como nossa nação não valoriza sua história, diferente de alguns países que não só cuidam como possuem uma cultura de passar de geração a geração o que aconteceu.

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