Crítico ferrenho da administração de Isaac Carvalho (PCdoB), o vereador juazeirense Alex Tanuri (PSDB) faz uma análise mordaz sobre a atuação do prefeito até momento.

E, para variar, não poupa palavras para demonstrar toda sua insatisfação com o chefe do Executivo Municipal. Alex aproveitou a proximidade com o aniversário de 132 anos de Juazeiro para escrever este artigo, que você confere agora na íntegra:

Juazeiro chega aos 132 anos de emancipação política com a cara dos seus atuais governantes: triste e suja.

Bastaram dois anos. A mudança enviesada fez da cidade alegre um lugar sem esperança e nas ruas, além do esgoto, do lixo não recolhido, dos buracos e das muriçocas, o que se vê e se sente é o arrependimento e o desencanto.

Por dois anos consecutivos este desgoverno, talvez porque não saiba a data de aniversário da cidade, não entrega à população uma obra, uma realização com recursos próprios, uma iniciativa para o benefício da comunidade.

Entre as dez maiores cidades da Bahia não é coincidência que Juazeiro tenha o governo mais mal avaliado e com menor taxa de aprovação por parte da população, e não poderia ser diferente: aqui não se constrói; o que foi feito está abandonado e os equipamentos públicos estão se degradando sob o olhar indiferente e insensível do gestor municipal.

As obras de saneamento, iniciadas no governo anterior, foram mal executadas e todas as ruas, avenidas e praças foram esburacadas, o calçamento arrancado e mal colocado e voltamos ao tempo de ruas enlameadas.

Pior ainda: por razões que só alguns conhecem, o saneamento proposto e planejado para o Bairro Antônio Guilhermino foi realizado em outro bairro, atendendo a interesses escusos e prejudicando exatamente quem mais precisa dos serviços públicos.

Por dois anos este desgoverno se esmerou em propaganda, em promessas não cumpridas, uma superando a outra em volume e em custo, e uma das poucas obras iniciadas, como o recapeamento da Avenida Irmã Dulce no Bairro Alto da Aliança, atestado pelos moradores, é uma camada de asfalto que vai dissolver-se na primeira chuva.

O calçamento conquistado pelos nossos parlamentares tem de ser realizado depois de saneada as ruas ou estaremos concordando em desperdiçar os já escassos recursos que alguém ainda confia a este gestor.

Agora, que o arrependimento toma o lugar do desejo de mudança; agora, que mesmo os parceiros de primeira hora sentem o desastre aproximar-se e debandam, neste segundo aniversário esquecido, é preciso que as pessoas de bem desta cidade se movimentem.

Não basta vereador apenas reclamar e cobrar, não bastam apenas lideranças comunitárias ocuparem as emissoras e denunciar as mazelas desta cidade. A situação é tão grave que exige mobilização da população inteira.

É um apelo. Hoje muitos podem se calar porque a tempestade está prejudicando a outros; mas, cedo ou tarde, o desastre vai estar nas nossas portas, como já está na rua onde moramos e na falta de hospital para nossos filhos e no descaso com o funcionalismo.

Precisamos encontrar uma saída, porque Juazeiro não sobrevive mais dois anos a este processo calculado de destruição e descaso.

Juazeiro precisa de nossa atenção. É a cidade que escolhemos para viver e se eles, empoleirados no poder, podem ir embora e se aproveitarem de tudo o quanto ganham em outro lugar, muitos, quase todos, terão de sobreviver aqui.

Neste aniversário de Juazeiro não pode haver silêncio, medo, concordância e aceitação porque, se hoje não temos razões para comemorar, daqui a dois anos não teremos nem mesmo uma cidade, que possa ser chamada de cidade, para viver.

Minha cidade é meu sonho, minha vida e meu destino. Tomara que o sonho mal termine e Juazeiro possa voltar a buscar a felicidade