Novo empreendimento do projeto Pontal aposta em frutas, sucos e castanhas

por Carlos Britto // 06 de maio de 2013 às 09:00

CajuCaju, castanhas e sucos tropicais. Estes serão alguns dos novos produtos que passarão a integrar o leque do projeto Pontal, em Petrolina, no perímetro irrigado da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), que acaba de selecionar, via processo público, a empresa agrícola que irá gerir cerca de 10,7 mil hectares num empreendimento que prevê criar 2,5 mil empregos diretos e vai integrar agricultores familiares em 25% da área irrigável.

“O projeto apresentado pela empresa vencedora promoverá o desenvolvimento da fruticultura brasileira por meio da produção integrada com agricultores familiares. Eles participarão não apenas do cultivo dos pomares, mas também da cadeia de processamento, beneficiando-se assim do valor agregado ao produto final. E, para isto, esses agricultores integrados serão capacitados pela empresa âncora vencedora”, afirma o presidente da Codevasf, Elmo Vaz.

Inicialmente, o projeto Pontal produzirá o caju, fruto habituado ao clima semiárido, com o plantio de 208 a 550 árvores por hectare. Além do caju, a região poderá produzir coco e cacau, entre outras culturas. Na atividade agrícola, a empresa vencedora calcula gerar dois mil novos postos de trabalho no Pontal.

A instalação de duas fábricas para beneficiar os produtos cultivados no perímetro irrigado será responsável pela criação de outros 550 postos de trabalho. Anualmente, uma delas produzirá mais de 15 mil toneladas de castanha de caju, enquanto a outra processará cerca de 180 mil toneladas de frutas tropicais para produzir sucos e concentrados.

Produção integrada

A integração com os agricultores familiares busca melhoria de processos, qualidade dos produtos e assiduidade de oferta com preços competitivos. Nesse modelo, o agricultor integrado não paga pelo uso da terra e a empresa responsável pela gestão do perímetro irrigado não pode cobrar um valor superior ao que ela paga a título de Tarifa Variável, que são os custos diretos pagos mensalmente à Codevasf pelo consumo da água e da energia usada para bombeá-la.

“Uma das vantagens é que o projeto será implantado de forma estruturada, com a integração entre a empresa âncora e os produtores rurais. Além de um plano de exploração agrícola com padrões de qualidade definidos e maior escala de produção, o contrato garante a assistência técnica aos agricultores integrados”, afirma o diretor de Desenvolvimento Integrado e Infraestrutura da Codevasf, Guilherme Almeida.

Assistência técnica e abastecimento

A empresa vencedora – Polo de Consultoria e Marketing Ltda que, entre as concorrentes, foi a que apresentou a maior oferta anual para a Tarifa de Serviços de Irrigação por hectare –, será responsável, durante 45 anos, pela gestão dos 10.680 hectares do projeto Pontal, localizado na zona rural do município pernambucano. Da área total, 7.811 hectares são irrigáveis, sendo 25% (1.975 hectares) destinados obrigatoriamente a agricultores familiares.

Os agricultores integrados, entre outras obrigações, deverão promover o aproveitamento econômico de seu lote por meio da agricultura irrigada, produzindo conforme os padrões determinados pela empresa gestora do perímetro e adequados às condições da região. A produção agrícola será vendida à gestora do perímetro, observando os percentuais definidos em contrato.

Já entre as obrigações da empresa gestora estão a assistência técnica aos agricultores irrigados, seguindo a estrutura da Codevasf, para assegurar a qualidade da produção e a renda da cajucultura. Ela também fornecerá o abastecimento de água para o consumo humano nos lotes e manterá o controle para que essa água não seja usada na irrigação. (Fonte: Ascom Codevasf)

Novo empreendimento do projeto Pontal aposta em frutas, sucos e castanhas

  1. simplício disse:

    Excelente! Faltam apenas dois esclarecimentos:
    1- Quantas famílias vão ocupar os 25% da área irrigada (25 x 7.811Ha. =1.952Ha.). Uma área de 6Ha. por família o chefe da família será um empresário da agricultura, porque terá que contratar trabalhadores e aí vira patrão, descaracterizando a chamada “Agricultura familiar” a quem se dispensa tratamento oficial diferenciado e especial, com subsídios negados aos demais produtores.
    2 – Então a base de tudo será o preço da energia. Se a operadora usar muito a demanda vai criar uma indexação ao valor da energia e aí os custos totais poderão ir para a estratosfera.
    Acredito que tudo isto esteja previsto em contrato com a operadora, a final a CODEVASF já acumula experiência mais do que suficiente para prever até muito mais pontos.

  2. Ando de Bike disse:

    Vai ser Caju até umas horas,

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