O fim de ano está anunciando um começo de novas práticas para produtores rurais de Juazeiro e região. Nos últimos dias de 2010, representantes de 15 propriedades iniciaram os estudos do Negócio Certo Rural, idealizado pelo Sistema CNA/Senar, FAEB e Sebrae. O programa tem o objetivo de contribuir com a gestão da propriedade rural por meio da capacitação, tendo como foco primordial o empreendedorismo do produtor e de sua família. Uma das participantes, Enaide Pires, tem uma propriedade há mais de 20 anos, na zona rural de Sobradinho, norte da Bahia, onde cria caprinos, ovinos, bovinos e aves.
Lá, existe uma represa que serve como fonte de água, mas os recursos da área são pouco explorados, segundo a proprietária.
“Até agora, eu só tive despesas. Não consegui lucrar com minha propriedade. Por isso, estou aqui”, disse ela, na sala no Sindicato dos Produtores Rurais de Juazeiro, onde está sendo oferecida a parte teórica do programa. No primeiro encontro, os produtores rurais são instruídos a realizar um diagnóstico da propriedade.
É o momento de levantar todos os recursos disponíveis, potenciais físicos e humano. Em seguida, os participantes identificam ideias de negócios, o que pode dar lucro. Os estudos seguem passando por um plano de negócios, formalização até chegar à relação com o mercado. São cinco encontros, além de uma consultoria na propriedade, totalizando 36 horas de capacitação. “Muitas vezes, o produtor até sabe o que tem e onde quer chegar, mas falta informação sobre gestão, sobre como organizar as ideias num planejamento passo a passo e que gere resultados”, aponta o consultor Carlos Melo Filho.
Em Juazeiro e região, a primeira turma do Negócio Certo Rural tem foco na criação de caprinos e ovinos, uma vocação regional. “Junto com a AGTEC (Assistência Gerencial e Tecnológica), mais de 160 criadores ganharão um reforço no aprendizado não só em tecnologia, como também na gestão do negócio”, ratifica o analista do Sebrae, Carlos Robério Araújo. O apicultor Silvandro Ribeiro vive da produção de mel há cerca de 20 anos, mas quer diversificar a fonte de renda. Para isso, pretende apostar na criação de galinhas e engorda de caprinos. “Domino bem a produção de mel, mas, para outras atividades, é preciso reunir o máximo de informação antes de começar a investir”, diz o apicultor, justificando sua participação no programa.
Considerando que conduz bem a atividade na apicultura, seu Silvandro nunca fez um balanço de quanto produz. Não por acaso, o primeiro material didático entregue a ele e aos demais participantes foi uma calculadora, um presente de fim de ano que deve acompanhá-los numa nova fase de conhecimento que se anuncia.



