A revista britânica “The Economist” traz em sua edição desta semana um editorial e um longo artigo sobre a agricultura no Brasil onde enumera os avanços feitos no cultivo de alimentos no país nas últimas décadas e diz que o mundo “deveria aprender com o Brasil” maneiras de evitar uma crise de alimentos.
Citando dados da FAO (agência da ONU para alimentação e agricultura) que apontam que a produção mundial de grãos terá que crescer 50% e a de carne terá que dobrar para suprir a demanda até 2050, a publicação afirma que o Brasil tem características que o tornam um produtor de alimentos de grande relevância nos próximos 40 anos.
Segundo a revista, mais impressionante que o fato de o país ter se tornado nas últimas décadas “o primeiro gigante tropical de agricultura“, ameaçando inclusive os maiores exportadores de alimentos do mundo, é a “maneira” como Brasil o fez.
“Estimulado em parte pelo medo de que não poderia importar suficientes alimentos [nos anos 1970], [o Brasil] decidiu expandir sua produção doméstica por meio de pesquisa científica, não subsídios. No lugar de proteger os fazendeiros da competição internacional –como a maior parte do mundo ainda faz– ele abriu seu mercado e deixou os fazendeiros ineficientes irem à falência“, diz a revista.
ALTERNATIVA
A “Economist” afirma que, na contramão das recomendações dos “agropessimistas“, que defendem “pequenas propriedades com práticas orgânicas” e desdenham monoculturas, fertilizantes e alimentos geneticamente modificados, o progresso do Brasil na área foi baseado em grandes propriedades, “apoiado nas pesquisas da Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária] e impulsionado por lavouras geneticamente modificadas“.
“O Brasil é uma alternativa clara à ideia crescente de que, na agricultura, o pequeno e o orgânico são mais bonitos”. Segundo a revista, as técnicas que tornam a agricultura brasileira “magnificamente produtiva” podem ajudar ainda os países pobres da África e da Ásia.
“Os ingrediente básicos do sucesso do Brasil –pesquisa em agricultura, grandes fazendas, abertura de mercado e novas técnicas de agricultura– podem dar certo em qualquer lugar“, diz a “Economist”, que afirma ainda que se um sistema parecido for adotado na África, alimentar o mundo em 2050 não será tão difícil como parece ser agora.



Provavelmente retirariam o elogio se soubessem que estão tentando transformar a Embrapa em uma empresa de incentivo à agricultura familiar, e se soubessem que a palavra “agronegócio” está virando palavrão por aqui, assim como neoliberalismo, FMI, etc.
Serra não aguenta mais tanta notícia “ruim” para ele.
Lula deve estar pagando muito bem para o jornal inglês exaltar tanto governo dele. Estou começando a achar que aquela história de que “se Deus for brasileiro, nasceu em Petrolina” foi matéria paga.
… Mas neoliberalismo e FMI são palavrões sim, Dreda, e dos feios, e o agronegócio só é viável se houver distribuição de renda, senão, é bom priorizar sim a agricultura familiar mesmo.