Após tomar conhecimento da notificação de diversos casos de dengue em Afrânio e Dormentes, no Sertão do São Francisco, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio da Promotoria de Justiça local, recomendou às prefeituras e Secretarias Municipais de Saúde das duas cidades que intensifiquem fiscalizações em prédios públicos e privados para eliminar recipientes que sirvam de criadouro para o mosquito Aedes aegypti – transmissor da dengue, zika e chicungunya. A orientação foi reforçada pelo fato de outras cidades do entorno, a exemplo de Petrolina, também passarem pelo mesmo problema.
A iniciativa considera o fato de que o aumento do número de casos ocorre simultaneamente à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que vem impactando o sistema de saúde de Pernambuco, trazendo consequências ainda mais agravantes para a rede de saúde pública.
Para evitar a proliferação do mosquito e o aumento do número de casos de dengue nos municípios, a promotora de Justiça de Afrânio, Clarissa Dantas Bastos, também recomendou a identificação e priorização de áreas estratégicas para bloqueio costal no território, bem como a avaliação, de forma compartilhada com a Secretária de Saúde de Pernambuco (SES-PE), da possibilidade de utilização de UBV pesado (também conhecido como fumacê da Dengue), conforme critérios técnicos preconizados pelo programa estadual de controle do mosquito.
Aos municípios, recomenda-se ainda a realização de uma campanha de sensibilização da população para as medidas de controle do vetor, bem como alertar a população sobre os sinais e sintomas das doenças transmitidas pelo mosquito e os riscos da automedicação, como também a adoção de medidas efetivas (como multas) contra residentes que durante as fiscalizações forem reincidentes com criadouros de Aedes. O MPPE conferiu o prazo de cinco dias para que as Prefeituras de Afrânio e de Dormentes informem sobre o acatamento das recomendações, que foram publicadas no Diário Oficial Eletrônico do órgão nesta quinta-feira (11).