O Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF-ES) entrou com uma ação contra o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) para que os candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) possam levar lápis, borracha, apontador e relógio no dia da prova. O uso desses itens foi proibido pelo órgão por questões de segurança.
As provas serão aplicadas no próximo fim de semana, dias 6 e 7 de novembro, a 4,6 milhões de inscritos. O procurador da República André Pimentel Filho quer a anulação, inicialmente em caráter liminar, dos trechos do edital que tratam da restrição. Na avaliação do MPF, “não é razoável” proibir o uso desses materiais e o procurador classificou a medida como “paranoia sem sentido”.
De acordo com o procurador, o uso do relógio é determinante para o desempenho do candidato, já que ele precisa controlar o tempo gasto para responder cada uma das 90 questões da prova. Sobre o uso de lápis, borracha e apontador, Filho considera que não há “qualquer lógica” na proibição porque os itens “não representam de forma alguma sério risco de fraude”.
O MPF solicitou ao Inep explicações sobre a restrição desses itens, mas considerou que as informações prestadas não foram satisfatórias. Em nota, o Inep informou que as medidas são importantes para garantir a segurança do exame e alegou que “o procurador não compreendeu as informações prestadas”.
O Inep adiantou que tomará “as medidas para garantir em juízo o resguardo de um bem maior, que é a segurança do exame”. Segundo o órgão, os estudantes não serão prejudicados pela falta de relógio já que podem perguntar aos fiscais de prova sobre o horário a qualquer momento. Os candidatos também serão avisados sobre o fim da prova 30 minutos antes do término da aplicação.



Isso é um absurdo que o (INEP) está fazendo com os candidatos, pois, o relógio é essencial para ficarmos atentos ao tempo gasto nas questões, ou seja, não é preciso que o fiscal fique chamando atenção porque tira a atenção do candidato que já está sobre pressão.
Infelizmente o INEP está tentando coibir fraudes da maneira errada. A proibição de uso lápis, borracha, relógio não vai deixar o ENEM mais seguro, ao invés disso deveria investir-se na formação moral do indivíduo. No ano passado o ENEM foi fraudado na gráfica por desvio de caráter do funcionário e pela ausência de segurança suficiente, mas essa questão de fraudes aborda uma perspectiva muito mais ampla e que certamente relaciona-se com o fato do exame ser decisivo em muitas universidades para a entrada nos cursos. Ao meu ver esse modelo foi criado para facilitar a entrada, no entanto algo deveria ser feito para melhorar a qualidade da educação…