Morre no Recife, aos 92 anos, ex-deputado Egídio Ferreira Lima

por Carlos Britto // 16 de abril de 2022 às 12:06

Foto: divulgação

O ex-deputado pernambucano Egídio Ferreira Lima faleceu na madrugada deste sábado (16), na residência em Candeias, Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR), por complicações renais e pulmonares. O político, que se destacou na luta pela redemocratização do Brasil, tinha 92 anos.

Juiz de direito do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e professor da Faculdade de Direito do Recife, Egídio, que foi deputado estadual e federal constituinte, construiu uma trajetória marcada pela defesa dos direitos dos trabalhadores, e se tornou uma referência na política nacional.

Ele era viúvo e deixou uma filha e três netos. O velório será este sábado, a partir das 11h30, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), no bairro da Boa Vista, Centro do Recife. Será realizada às 14h uma missa também na Alepe. O sepultamento será às 16h no Cemitério de Santo Amaro, na região central da capital pernambucana.

Trajetória

Natural de Timbaúba, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, Egídio Ferreira Lima nasceu no dia 26 de agosto de 1929, filho de Valfredo Ferreira Lima e de Júlia de Andrade Ferreira Lima. Em 1955, formou-se em ciências jurídicas e sociais pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Durante a sua vida acadêmica, destacou-se como líder estudantil.

Iniciou sua carreira política como vereador de sua cidade natal em outubro de 1950. Assumiu seu mandato em fevereiro do ano seguinte e deixou a Câmara Municipal ao término da legislatura, em janeiro de 1955. Nesse mesmo ano, tornou-se juiz de Direito do TJPE, considerado “paradigma dos juízes”, permaneceu neste cargo até 1963, quando pediu exoneração para dedicar-se à carreira política. Dois anos mais tarde, no Recife, desempenhou atividades docentes como professor da Faculdade de Direito da UFPE.

No pleito de novembro de 1966, elegeu-se deputado estadual de Pernambuco, na legenda do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar instaurado no país em abril de 1964. Assumiu o seu mandato em fevereiro de 1967, permanecendo nele até janeiro de 1969. Nessa data, teve os seus direitos políticos cassados em decorrência do Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968.

Como advogado, foi titular do Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)/secção de Pernambuco entre 1972 e 1982. Beneficiado com a anistia geral decretada pelo presidente da República João Batista Figueiredo, em agosto de 1979, recuperou os seus direitos políticos. Em novembro de 1982 elegeu-se deputado federal por Pernambuco, na legenda do PMDB, assumindo o mandato em fevereiro de 1983.

Em novembro de 1986, elegeu-se deputado federal constituinte por Pernambuco, novamente pelo PMDB. Foi relator da Comissão da Organização dos Poderes e Sistema de Governo, titular da Comissão de Sistematização e suplente da Subcomissão de Defesa do Estado, da Sociedade e de sua Segurança, da Comissão da Organização Eleitoral Partidária e Garantia das Instituições.

Não disputou as eleições para deputado federal no pleito de outubro de 1990, deixando o Congresso Nacional no término de seu mandato em janeiro de 1991. Desde então passou a dedicar-se ao exercício da advocacia, mantendo escritório na capital pernambucana. Aposentou-se como professor da cadeira de direito comercial da UFPE. Em agosto de 1997, Egídio Ferreira Lima recebeu o título de cidadão do Recife. Em 2008, foi criado o Instituto Egídio Ferreira Lima, formado por um conselho de representantes da sociedade, como um fórum de debates, cursos e pesquisas sobre Direito, Política e Cidadania. (Fonte: Folha/PE)

Morre no Recife, aos 92 anos, ex-deputado Egídio Ferreira Lima

  1. Petrus disse:

    Esse fez história, diferente de uns mulabentos que precisam do marketing mentiroso para alguém saber que eles são deputados. Hoje, todo moleque é deputado. Isso reflete o tipo de eleitor dos dias atuais.

  2. Maria disse:

    Os políticos de verdade estão indo embora, ficando apenas a escória, o lixo da política.
    Mas aí, a culpa é do povo que escolhe a escória, o lixo.

  3. José Geraldo Vlença disse:

    Grande dcidadão, ehomem público.

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