Faleceu na tarde desta terça-feira (31), em sua residência, Ivo Alves Barreto, de 85 anos. Ele perdeu a batalha contra um câncer de pâncreas, após uma luta de 20 anos contra a doença. Nascido e criado no município de Barra do Mendes (BA), Seu Ivo – como era chamado – veio para Juazeiro (BA), distante 600 km de sua terra-natal, há 60 anos.
De acordo com a jornalista Cristina Laura, sobrinha e afilhada de Seu Ivo, ele criou sua família, trouxe irmãos de Barra do Mendes e construiu uma vida pessoal e profissional digna de aplauso. Foi dono da Farmácia Oriente e era carinhosamente conhecido como ‘o médico do povo’.
“Sua serenidade possibilitou o ensinamento do ofício a muitos outros que seguiram seus passos, abriram suas farmácias e sustentaram suas famílias. Conhecidamente espírita, ele sempre conversou e orientou quem lhe procurou sem distinção, com respeito a todas as religiões, presenteou com sabedoria cada vez que falou com alguém. Para mim, um guru que interpretava meus sonhos e me tratava com imenso carinho. Não só um tio e padrinho, mas um avô, já que eu nunca conheci os meus. Para minha mãe, não só um irmão mais velho, mas um pai”, afirmou.
Casado com Nívea Alves Oliveira, ele deixa 6 filhos, 14 netos e 9 bisnetos – uma família sólida, construída com pilares fortes e repletos de amor. “Juazeiro perde hoje um homem que adotou esta cidade como sua, abraçou seu povo e deixou sua marca. No tempo em que passou à frente da farmácia atendendo seus clientes, vestindo suas camisas brancas que sempre adorou, recebendo a todos com carinho e tranquilidade, deixou marcado ainda sua presença de espírito e seu caráter. A perda é inestimável, mas a certeza da morte está presente na vida. Difícil é aceitar a ausência que ela traz consigo”, frisou Cristina Laura.
Legado
Ela citou ainda o legado inquestionável que seu tio deixará para a cidade. “Pessoalmente não sou uma pessoa que aceita certos fatos inquestionáveis e a morte, com certeza, é um deles. Minha fortaleza é abalada ao ver a vida indo embora. Não sei mais como suportar as perdas. Mas escrevi esse texto como última homenagem ao homem que ajudou a criar minha mãe e tias, que deu apoio a tantos outros em seus empreendimentos, que soube ouvir, falar, cuidar da família e do povo juazeirense. Meu agradecimento a meu tio Ivo pelo legado que ele deixa. Seu nome nunca será esquecido e sua história sempre será contada”, concluiu a jornalista. Ainda não há definição de local do velório e horário do sepultamento.
