Ministério Público de MG pede prisão de oito funcionários da Vale diretamente envolvidos em tragédia de Brumadinho

por Carlos Britto // 15 de fevereiro de 2019 às 13:00

Foto: Douglas Magno/AFP/Getty

Oito funcionários da Vale foram presos na manhã desta sexta-feira, 15, em Minas Gerais e Rio de Janeiro. As prisões foram em Belo Horizonte (MG), Itabira (MG) e Rio de Janeiro (RJ). Ao todo, são 14 mandados de busca e apreensão, e oito de prisão. O pedido foi do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

Entre os presos estão quatro gerentes (dois deles, executivos) e quatro integrantes das respectivas equipes técnicas. Segundo o MPMG, todos são diretamente envolvidos na segurança e estabilidade da Barragem 1, em Brumadinho, rompida no dia 25 de janeiro. As prisões temporárias foram decretadas pelo prazo de 30 dias.

Um dos presos é Alexandre Campanha, executivo da Vale, que foi preso na região centro-sul de Belo Horizonte. Ele prestou depoimento em 7 de fevereiro à força-tarefa que investiga o rompimento da barragem 1 na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Campanha foi citado pelo engenheiro Makoto Namba, da Tüv Süd, que disse ter se sentido pressionado pelo executivo a assinar documento atestando a estabilidade da barragem. Em depoimento, Campanha negou ter travado o diálogo com o responsável pelo laudo da barragem.

Alexandre Campanha é gerente executivo corporativo da Vale e, segundo depoimento de Namba à Polícia Federal, fez pressão para que assinasse o documento. “A Tüv Süd vai assinar ou não?“, teria dito Campanha, segundo Namba.

O engenheiro, então, disse ter respondido que assinaria se a Vale adotasse recomendações que fez em revisão periódica, de junho de 2018. Namba afirmou ainda ter assinado o laudo e que se sentiu sob risco de perder o contrato.

Busca e apreensão

Segundo o Ministério Público, foram, ainda, alvos de busca e apreensão nesta sexta, em São Paulo e Belo Horizonte, quatro funcionários (um diretor, um gerente e dois integrantes do corpo técnico) da empresa alemã TÜV SÜD, que prestou serviços para a Vale, referentes à estabilidade da barragem rompida. Também foi cumprido mandado de busca e apreensão na sede da empresa no Rio de Janeiro.

A operação contou com o apoio das Polícias Militar e Civil do Estado de Minas Gerais e, ainda, com atuação dos Ministérios Públicos dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Todos os presos serão ouvidos pelo Ministério Público Estadual, em Belo Horizonte. Também são apurados crimes ambientais e de falsidade ideológica.

Presos

A lista dos presos é a seguinte: Joaquim Pedro de Toledo; Renzo Albieri Guimarães Carvalho; Cristina Heloíza da Silva Malheiros; Artur Bastos Ribeiro; Alexandre de Paula Campanha; Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Araújo; Hélio Márcio Lopes da Cerqueira; e Felipe Figueiredo Rocha. (Fonte: Estadão)

Ministério Público de MG pede prisão de oito funcionários da Vale diretamente envolvidos em tragédia de Brumadinho

  1. Edilberto disse:

    É sempre assim, eles culpam os pequenos e a Vale do Rio Doce continua matando brasileiros e, explorando nossas riquezas minerais e, mandando o dinheiro para o exterior. Quem deveria ir pra cadeia seriam sócios e Presidente da empresa, até que fosse resolvido o impasse, são eles que possuem o poder de decisão final. O descarado do presidente da Vale, ainda deu uma entrevista dizendo que a Vale do Rio doce é uma joia do Brasil, quando ainda centenas de corpos nem localizados foram.

  2. Deus não existe disse:

    Existe colonialismo interno no Brasil, a Vale tem sua maior atuação em Minas Gerais, entretanto, tem a sua sede no Rio de Janeiro, estado que não tem uma mina se quer.

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