Miguel Coelho é elogiado por prefeitos pernambucanos quanto a cessão onerosa, mas minimiza atuação

por Carlos Britto // 11 de outubro de 2019 às 07:40

Foto: Anderson Stevens/foto reprodução

No final das contas, os prefeitos pernambucanos estão dispostos a fazer gestos e a agradecer aos deputados após a Câmara Federal aprovar, mediante acordo com o Senado, o projeto da cessão onerosa, que trata da divisão dos recursos do megaleilão do pré-sal, marcado para o próximo 6 de novembro. Relatos, no entanto, dão conta de que a “guerra foi enorme” nos bastidores, até se chegar a um denominador comum. Um ofício assinado pelo líder do governo na Casa Alta, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), bateu no grupo de WhatsApp do prefeito e deu-se uma grita dos integrantes.

O documento previa carimbar os recursos do pré-sal para eventuais rombos com a previdência. Os prefeitos chiaram e pressionaram para usar livremente esses recursos. Um dos membros do grupo, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (sem partido), herdeiro de FBC, virou destinatário dos apelos dos colegas. Ontem, gestores relatavam à coluna, em reserva, que a atuação de Miguel foi fundamental.

Como a coluna cantara a pedra, os prefeitos e associações que representam os municípios fizeram “plantão” em Brasília para acompanhar o processo de decisão sobre a distribuição do dinheiro. A reunião dos gestores com o colégio de líderes foi tensa. “Houve reação dos prefeitos quando souberam que (a aplicação do dinheiro) seria obrigatoriamente para previdência. A gente queria para investimento, eles botaram para previdência“, relata um prefeito em reserva.

Outro gestor pernambucano, nas coxias, sublinha: “não é muito dinheiro, era um pingo d’água no oceano. Nem pagava a conta da previdência, nem dava para nada mais“. O ofício assinado por Fernando era referente à postura dos líderes do Senado e da Câmara Federal e compreendia uma sinalização para o governo, que esperava uma compensação à manutenção do abono salarial pelo Senado na votação da reforma da previdência.

Os prefeitos bateram o pé e chegaram a crucificar FBC, realçando a situação de aperto vivida pelos municípios. Correram para Miguel Coelho como forma de chegar ao senador. E atribuem ao gestor de Petrolina atuação determinante. O carimbo foi tirado, mas os prefeitos dizem que não dá para descansar com o que ainda vem pela frente de reformas.

Mérito é dele

Se os prefeitos creditam a Miguel Coelho a “ajuda” na hora do sufoco gerado pelas divergências relativas à destinação dos recursos da cessão onerosa, o prefeito de Petrolina minimiza sua atuação no processo. Ele atribui o mérito pelo resultado, que contemplou os gestores, a Fernando Bezerra. “Minha situação é a de todos os prefeitos, sei das dificuldades. O mérito é do senador (FBC), que teve a sensibilidade de articular”, observa Miguel Coelho, referindo-se ao desfecho da negociação: os prefeitos poderão usar livremente os R$ 10,9 bilhões que serão destinados aos municípios. (Fonte: Folha Política/Folha de PE)

Miguel Coelho é elogiado por prefeitos pernambucanos quanto a cessão onerosa, mas minimiza atuação

  1. SONIA MARIA DE JESUS GOMES ANDRADE disse:

    Nós temos um prefeito!Este sim merece honra.Parabens prefeito Miguel Coelho.Tem minha admiração.👏

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