Uma merendeira da rede estadual de ensino de Pernambuco, em Petrolina – que prefere o anonimato – está cobrando explicações sobre o atraso no pagamento dos salários por parte da empresa contratada pela Secretaria de Educação. Segundo ela, são 150 trabalhadoras que estão com o salário e vale-alimentação atrasados em meio a pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

“Nós, merendeiras, estamos com o contrato suspenso, porém assinamos um acordo que diz que nosso pagamento até o mês de outubro será pago 70% pelo Estado e 30% pela empresa. Porém a empresa não honra seus compromissos, atrasa, não está nos pagando vale alimentação, coisa que está clara no contrato que temos direito durante o período da pandemia. Ninguém faz nada por nós,  sindicato é mesma coisa que nada, manda ofício e a empresa só resolve quando quer, alegando que o Estado não fez repasse de verba, mas todo mundo sabe que a obrigação é da empresa nos pagar e ter responsabilidade, porque todos nós temos responsabilidade. Não paramos por conta própria, foi devido ao caos dessa doença, e precisamos sobreviver”, desabafou.

A demora em solucionar esse problema tem gerado transtornos e dificuldades para essas famílias. “Essa semana eu não tinha o que dar pra minha filha comer, por conta da irresponsabilidade e falta de respeito da empresa. Nós não podemos fazer compromisso nunca com nosso salário. Além de ser pouco, ainda não querem pagar. Sou mãe solteira, faço tudo pra honrar meus compromissos, e só tenho passado vergonha com tanta irresponsabilidade desse pessoal”, lamentou.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Educação e aguarda um posicionamento do órgão sobre o caso.