Recém-implantados na Avenida Sete de Setembro, que liga o Centro de Petrolina a bairros das zonas norte e oeste, os viadutos melhoraram o fluxo de veículos na região. Mas nem tudo são flores. As dificuldades na saída e entrada para bairros como Vila Eulália, José e Maria e Ouro Preto, após a inauguração dessas obras, transformaram-se num clamor generalizado por parte de moradores e comerciantes da Sete de Setembro – sobretudo os do segmento automotivo. O assunto foi abordado pela vereadora Maria Elena (MDB) na sessão plenária de ontem (26) da Casa Plínio Amorim.

Segundo Elena, o prefeito Miguel Coelho fez a parte dele ao dar uma “guinada” na questão da mobilidade em Petrolina, ao tirar os viadutos do papel. Porém existe uma falha no projeto, que ficou a cargo do DNIT.

A vereadora reivindica a construção de um contorno com semáforo nas imediações da Concessionária Bari, já que as comunidades daquela área ficaram “ilhadas”. Ela explicou que, para se deslocarem a pequenas distâncias, os moradores desses bairros precisam ir até a Cohab Massangano e retornarem, alegando que esse problema poderia ser resolvido com a implantação do contorno. Elena frisou ainda que tem recebido reclamações de comunitários, comerciantes e de motoristas de aplicativo acerca da questão.

Em sua fala, o vereador Professor Gilmar Santos (PT) – que também já participou de reunião com moradores sobre o tema – parabenizou a colega pela iniciativa. Gilmar destacou que a obra “foi mal planejada” para um custo estimado de mais de R$ 70 milhões, e aproveitou para cobrar do senador Fernando Bezerra (MDB) e do seu grupo político no sentido de pressionar o DNIT a construir o contorno na Sete de Setembro.

Outro vereador a abordar o assunto, o líder governista Ronaldo Silva (DEM) afirmou que o diretor do DNIT havia se comprometido em corrigir o projeto, num encontro entre ele e os colegas Josivaldo Barros (PSC) e Edilsão do Trânsito (MDB), além do atual gestor da AMMPLA, Franklin Alves. Segundo Ronaldo, o diretor do DNIT justificou que precisava de uma quilometragem exata da avenida (o que foi feito pelos vereadores), e que, após a construção dos viadutos, faria o contorno. Mas por enquanto, o compromisso ficou apenas em palavras.

Machismo

Elena ainda criticou o representante do órgão nacional por considerá-lo “machista” em suas atitudes, já que somente teria aceitado receber a vereadora após esta ter convidado um grupo de líderes comunitários para apresentar a demanda. Elena informou também estar aguardando há 15 dias uma nova reunião com o diretor do DNIT sobre o assunto. Caso ele continue mantendo essa postura, a vereadora disse que vai pedir a intervenção das lideranças políticas do município nessa questão. “(O contorno) não é pra atender Maria Elena. É pra atender a quatro grandes comunidades e também a um forte comércio de automotores”, concluiu.