Caro amigo torcedor, falar do jogo previsível e burocrático da seleção brasileira nesta Copa da África já está virando o mais do mesmo. De novo, o que se viu foi uma partida horrorosa (por parte da equipe de Dunga é claro), sem nenhum lampejo de criatividade. Aliás, a ausência de Kaká evidencia a carência de um homem criador no meio de campo. Júlio Batista, convenhamos, não dá!

Hoje, o técnico com nome de anão trocado mais uma vez mostrou o que pretende nesse Copa: jogar feio, porém com regulamento na mão. E ainda por cima afirma que “não está feliz” com o futebol apresentado por sua equipe. Para com isso, Dunga!

Sinceramente, não entendo a quem este senhor quer enganar. Qualquer brasileiro de bom senso, que entenda só um pouquinho de futebol, sabe que esse time que Dunga levou para a Copa ia jogar desse jeito, mesmo: Sem brilho, sem magia, sem poesia. Porque o que interessa é o resultado. Se não fosse assim, no jogo de hoje contra Portugal ele teria tirado Júlio Batista há mais tempo para Ramirez entrar. Ou se fosse realmente ousado, faria a mesma substituição, mas colocando Robinho. Ah, ia esquecendo. Jogar com esse Michel Bastos na esquerda é jogar com um a menos.

O que realmente preocupa é ver o time atuando em campo apenas para fazer o resultado, sem convencer (quase) ninguém. E a preocupação é só por um detalhe que poucos enxergam: mesmo nas vitórias, a seleção tomou gols bobos para quem é considerada a melhor defesa da competição. Foi assim contra a Coreia do Norte e a Costa do Marfim, e por pouco não perdemos para Portugal no segundo tempo, quando os lusos decidiram partir para cima da seleção. Portanto, torcedor, só nos resta orar. O futebol dessa equipe de Dunga é medíocre, o técnico é covarde e retranqueiro, mas dizem que Deus é brasileiro. A menos que até Ele também tenha perdido a paciência.

Por Antonio Carlos Miranda (Foto: Getty Images)